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Crise econômica vai ficar pior, avalia Mendonça de Barros

O economista e sócio da MB Associados, José Roberto Mendonça de Barros, alertou que se a crise "vai ficar pior e mais profunda do que se imaginava"

Cédulas de 100 reais: "A MB Agro projeta crescimento negativo de -2,5% para o Brasil este ano e de -1,4 para o ano que vem" (Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2015 às 14h27.

São Paulo - O economista e sócio da MB Associados, José Roberto Mendonça de Barros, alertou que se a crise econômica pela qual passa o Brasil está ruim, "vai ficar pior e mais profunda do que se imaginava".

"A MB Agro projeta crescimento negativo de -2,5% para o Brasil este ano e de -1,4 para o ano que vem. Até a eleição municipal do ano que vem, a situação vai ser muito difícil. A partir de 2017, haverá uma substancial melhora e uma consolidação da economia nesta transição", declarou o economista.

Mendonça de Barros participou de evento, nesta sexta-feira, 25, em São Paulo (SP) sobre mercado de capitais e o agronegócio, promovido pela consultoria Ecoagro e pela Pinheiro Neto Advogados.

Além de crescimento negativo, o economista comentou também que a MB Associados estima que, ao fim de 2015, a taxa de desemprego deve chegar a 10%.

Como consequência deste fator, o consumo das famílias também deve cair. "A retomada vai ser devagar, mas não significa que não voltaremos a crescer", afirmou Mendonça de Barros.

Com relação à inflação, a MB Associados projeta 10% para 2015 e 5,6% em 2016. Ainda para o ano que vem, além da desaceleração da inflação no próximo ano, Mendonça de Barros projeta melhora do saldo comercial brasileiro, por conta das exportações de commodities.

"Achamos que o Banco Central não vai aumentar a taxa de juros (Selic). Não tem razão para fazer isso e não deveria fazê-lo", disse. Enquanto a balança comercial brasileira deve ficar em US$ 14,4 bilhões este ano, a MB projeta, para o ano que vem, US$ 30 bilhões.

Tendo em vista as mudanças em curso no cenário político e econômico do País, o economista alertou que as empresas brasileiras precisão promover mudanças de gestão para sobreviver à crise.

"Os negócios não poderão mais se basear em favores fiscais e crédito subsidiado, em todas as esferas de governo", disse. Mendonça falou ainda que as empresas precisam fazer um esforço para melhorar suas práticas internas e usar a força de seus bons balanços para buscar a consolidação.

"Vamos ter uma gigantesca consolidação dos ativos brasileiros". Por fim, o economista reforçou que o agronegócio brasileiro tem posição favorável no cenário. "É um setor competitivo internacionalmente e tem em seu modelo de negócios o avanço tecnológico".

Dilma

Para Mendonça de Barros "não há chances do atual governo (da presidente Dilma Rousseff) chegar até 2018". "Desde junho, 100% dos analistas políticos estavam convencidos de que este governo não tem chances de recuperação.

A partir de agosto, o que era consensual ficou definitivo. E se isto é verdade, até as eleições de 2016, algo vai acontecer", afirmou o economista.

O economista comentou também sobre as limitações enfrentadas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para promover mudanças econômicas.

"A situação econômica é difícil porque o ministro da Fazenda vem perdendo todos os embates", disse. Mendonça de Barros apontou que a inadimplência dos Estados é grave. "Dez Estados hoje não estão pagando os salários".

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São Paulo - O economista e sócio da MB Associados, José Roberto Mendonça de Barros, alertou que se a crise econômica pela qual passa o Brasil está ruim, "vai ficar pior e mais profunda do que se imaginava".

"A MB Agro projeta crescimento negativo de -2,5% para o Brasil este ano e de -1,4 para o ano que vem. Até a eleição municipal do ano que vem, a situação vai ser muito difícil. A partir de 2017, haverá uma substancial melhora e uma consolidação da economia nesta transição", declarou o economista.

Mendonça de Barros participou de evento, nesta sexta-feira, 25, em São Paulo (SP) sobre mercado de capitais e o agronegócio, promovido pela consultoria Ecoagro e pela Pinheiro Neto Advogados.

Além de crescimento negativo, o economista comentou também que a MB Associados estima que, ao fim de 2015, a taxa de desemprego deve chegar a 10%.

Como consequência deste fator, o consumo das famílias também deve cair. "A retomada vai ser devagar, mas não significa que não voltaremos a crescer", afirmou Mendonça de Barros.

Com relação à inflação, a MB Associados projeta 10% para 2015 e 5,6% em 2016. Ainda para o ano que vem, além da desaceleração da inflação no próximo ano, Mendonça de Barros projeta melhora do saldo comercial brasileiro, por conta das exportações de commodities.

"Achamos que o Banco Central não vai aumentar a taxa de juros (Selic). Não tem razão para fazer isso e não deveria fazê-lo", disse. Enquanto a balança comercial brasileira deve ficar em US$ 14,4 bilhões este ano, a MB projeta, para o ano que vem, US$ 30 bilhões.

Tendo em vista as mudanças em curso no cenário político e econômico do País, o economista alertou que as empresas brasileiras precisão promover mudanças de gestão para sobreviver à crise.

"Os negócios não poderão mais se basear em favores fiscais e crédito subsidiado, em todas as esferas de governo", disse. Mendonça falou ainda que as empresas precisam fazer um esforço para melhorar suas práticas internas e usar a força de seus bons balanços para buscar a consolidação.

"Vamos ter uma gigantesca consolidação dos ativos brasileiros". Por fim, o economista reforçou que o agronegócio brasileiro tem posição favorável no cenário. "É um setor competitivo internacionalmente e tem em seu modelo de negócios o avanço tecnológico".

Dilma

Para Mendonça de Barros "não há chances do atual governo (da presidente Dilma Rousseff) chegar até 2018". "Desde junho, 100% dos analistas políticos estavam convencidos de que este governo não tem chances de recuperação.

A partir de agosto, o que era consensual ficou definitivo. E se isto é verdade, até as eleições de 2016, algo vai acontecer", afirmou o economista.

O economista comentou também sobre as limitações enfrentadas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para promover mudanças econômicas.

"A situação econômica é difícil porque o ministro da Fazenda vem perdendo todos os embates", disse. Mendonça de Barros apontou que a inadimplência dos Estados é grave. "Dez Estados hoje não estão pagando os salários".

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