Economia

Crise da YPF não afeta outros países, diz embaixador

O embaixador do Brasil na Espanha, Paulo César de Oliveira diz que a expropriação da YPF não deverá "afetar outros países" latino-americanos

"Não se pode falar da América Latina, como também não da Europa em seu conjunto. É preciso levar em conta as peculiaridades de cada país", afirmou o embaixador (Getty Images)

"Não se pode falar da América Latina, como também não da Europa em seu conjunto. É preciso levar em conta as peculiaridades de cada país", afirmou o embaixador (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 18 de abril de 2012 às 10h04.

Sevilha - O embaixador do Brasil na Espanha, Paulo César de Oliveira, afirmou nesta quarta-feira que a decisão do governo argentino de expropriar 51% da YPF, petrolífera administrada pela Repsol, não deverá "afetar outros países" latino-americanos, mas ressaltou que "não se pode dizer que algo nunca vai acontecer".

"Não se pode falar da América Latina, como também não da Europa em seu conjunto. É preciso levar em conta as peculiaridades de cada país, e não acho que (a decisão) vá afetar os outros países porque somos diferentes", afirmou o embaixador.

Oliveira comparou este conflito com as reações dos países europeus em meio à crise econômica. "A Espanha tenta dizer: "eu não sou a Grécia", enquanto a Itália afirma: "Eu não sou a Espanha", como uma forma de se diferenciar" dos países vizinhos, disse.

O embaixador fez esta análise após participar, em Sevilla, de uma conferência sobre as oportunidades de negócio no Brasil, onde segundo ele "as carências se transformaram em oportunidades", especialmente em setores como o turístico, no qual os investidores podem contar com subvenções, ressaltou.

Oliveira reconheceu uma certa complexidade na tramitação de projetos de empresas que querem investir no país, mas disse que para fazer negócios nele não pode ser aplicada "a mentalidade espanhola, e sim deve-se adaptar ao Brasil, um país muito grande e complexo".

Segundo o embaixador, o Brasil é um mercado "muito atrativo" e, embora os empresários "tenham que trabalhar muito para chegar e também para ficar, os lucros que são obtidos são grandes".

O embaixador destacou o bom momento que o Brasil atravessa e afirmou que foram feitos ajustes, mas "não a qualquer preço", e por isso se mostrou confiante: "o risco de uma bolha financeira é muito menor". EFE

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