Extração de petróleo: produtores liderados pela Arábia Saudita e pela Rússia, parte de um grupo conhecido como Opep+, concordaram na semana passada em cortar a produção em 500 mil barris por dia (Daniel Acker/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 9 de dezembro de 2019 às 11h14.
Última atualização em 9 de dezembro de 2019 às 11h15.
São Paulo — Uma forte adesão da Opep e de seus aliados a um acordo para restringir a produção e outros fatores positivos, incluindo um acordo comercial entre Estados Unidos e China, poderiam levar os preços do petróleo Brent a 70 dólares por barril antes do segundo trimestre de 2020, disse o Bank of America Merrill Lynch.
Produtores liderados pela Arábia Saudita e pela Rússia, parte de um grupo conhecido como Opep+, concordaram na semana passada em cortar a produção em 500 mil barris por dia adicionais no primeiro trimestre de 2020, mas não chegaram a prometer ações após março.
"O Iraque segue um ponto focal chave para críticos da Opep+", disse o banco em nota com data de 6 de dezembro, na qual afirmou que a produção média do Iraque ficou em mais de 200 mil barris por dia (bpd) acima de suas cotas anteriores em 2019, sendo que o último acordo ainda reduziu a cota do país em mais 50 mil bpd.
"Com base no precedente histórico, nós seguimos céticos de que países como o Iraque possam entregar seus cortes", afirmou.
O Goldman Sachs também elevou suas projeções para os preços do petróleo em 2020, citando estoques mais apertados com a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados.
O banco revisou sua previsão para o preço spot do Brent em 2020 para 63 dólares por barril, de 60 dólares anteriormente, enquanto elevou também as perspectivas para o WTI, para 58,5 dólares por barril, de 55,5 dólares.
A decisão "cristaliza uma importante mudança no comportamento da Opep+, para gerenciar excedentes físicos de curto prazo e déficits ao invés de tentar corrigir desequilíbrios percebidos no longo prazo por meio de compromissos abertos", disse o banco de Wall Street.
O banco também revisou sua projeção de oferta e demanda, refletindo uma menor produção da Opep para o primeiro semestre de 2020.
"Essas revisões nos levaram a projetar um mercado de petróleo bastante equilibrado em 2020, 0,3 milhão de bpd mais apertado que em nossa estimativa anterior".
O Goldman reduziu sua previsão de crescimento da demanda em 50 mil bpd, citando perspectivas de uma recuperação modesta na expansão global, guiada por mais gastos em consumo, mas ainda com desafios para a indústria. O banco prevê agora um crescimento da demanda de 0,9 milhão de bpd e 1,2 milhão de bpd em 2019 e 2020, respectivamente.