Copom atenua risco fiscal e mantém taxa Selic; inflação permanece em foco
Comitê de Política Monetária do Banco Central avalia impacto das discussões fiscais no cenário inflacionário e aborda riscos de alta e baixa
Agência de notícias
Publicado em 21 de junho de 2023 às 19h51.
Com o andamento do novo arcabouço fiscal no Congresso, o Comitê de Política Monetária ( Copom ) do Banco Central atenuou o risco advindo das discussões fiscais para o cenário de inflação no comunicado da decisão desta quarta-feira, 21.
O colegiado manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano pela sétima vez seguida. Da mesma forma, dentre os riscos de baixa para a inflação, o comitê também abrandou o risco de uma queda adicional de commodities, avaliando que "parte importante" do movimento já foi verificada.
- Vendas do varejo sobem 0,1% em abril ante março, afirma IBGE
- Dólar ainda deve cair a R$ 4,40 até o fim do ano, diz Goldman Sachs
- Fed reitera 'considerável incerteza' por trajetória de juros em relatório de política monetária
- Banco Central Europeu eleva juros em 0,25 ponto percentual, no 8º aumento consecutivo
- Com Selic em 13,75%, Brasil continua sendo o país com a maior taxa de juros reais do mundo
- Copom mantém Selic em 13,75%, mas abre porta para queda na reunião de agosto
Cenários para inflação
No documento, o BC repete que, nos cenários para a inflação, permanecem fatores de risco em ambas as direções. Dentre os riscos de alta para o cenário de inflação e as expectativas, o Copom cita "alguma incerteza residual" sobre o desenho final do arcabouço a ser aprovado pelo Congresso, em vez da "incerteza ainda presente" mencionada no comunicado da reunião anterior, em maio. O arcabouço foi aprovado na Câmara no fim de maio, depois do encontro do Copom. Hoje, está em tramitação no Senado.
O colegiado continuou a dizer que o mais importante para a condução da política monetária são os impactos da "incerteza residual" sobre o arcabouço sobre as expectativas para as trajetórias da dívida pública e da inflação, e sobre os ativos de risco.
Dentre os outros riscos de alta para a inflação, o Copom voltou a citar uma maior persistência das pressões inflacionárias globais e uma desancoragem maior, ou mais duradoura, das expectativas de inflação para prazos mais longos.
Em relação aos riscos de baixa, mencionou uma queda adicional dos preços das commodities internacionais em moeda local, ponderando, desta vez, que "parte importante desse movimento" já foi verificado.
Além disso, o BC citou uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada, em particular em função de condições adversas no sistema financeiro global; e uma desaceleração na concessão doméstica de crédito maior do que seria compatível com o atual estágio do ciclo de política monetária.