Economia

Contas públicas têm déficit recorde em junho e no semestre

O déficit de R$ 10,061 bilhões registrado em junho foi o pior resultado para o mês na série histórica, iniciada em dezembro de 2001


	Real: a meta fiscal prevê um déficit primário de até R$ 163,9 bilhões nas contas públicas para este ano
 (Vinicius Ramalh Tupinamba/Thinkstock)

Real: a meta fiscal prevê um déficit primário de até R$ 163,9 bilhões nas contas públicas para este ano (Vinicius Ramalh Tupinamba/Thinkstock)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2016 às 11h21.

O setor público consolidado formado por União, estados e municípios, registrou déficit primário – receitas menos despesas, sem considerar os gastos com juros – de R$ 10,061 bilhões, em junho, informou hoje (29) o Banco Central (BC).

Esse foi o pior resultado para o mês na série histórica, iniciada em dezembro de 2001. O resultado do mês superou o déficit de R$ 9,323 bilhões registrados em junho de 2015.

No primeiro semestre, o resultado negativo chegou a R$ 23,776 bilhões, também o pior resultado para o período. No primeiro semestre de 2015, houve superávit primário de R$ 16,224 bilhões.

Em 12 meses encerrados em junho, o déficit primário ficou em R$ 151,249 bilhões, o que corresponde a 2,51% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país.

Em junho deste ano, o Governo Central (Previdência, Banco Central e Tesouro Nacional) registrou déficit primário de R$ 10,451 bilhões. Os governos estaduais apresentaram déficit primário de R$ 181 milhões, e os municipais, superávit de R$ 279 milhões.

As empresas estatais federais, estaduais e municipais, excluídas empresas dos grupos Petrobras e Eletrobras, registraram superávit primário de R$ 291 milhões, no mês passado.

A meta fiscal prevê um déficit primário de até R$ 163,9 bilhões nas contas públicas para este ano. Para chegar a esse resultado do setor público consolidado, a expectativa é que o Governo Federal apresente déficit primário de R$ 170,496 bilhões e estados e municípios, um superávit de R$ 6,554 bilhões.

Em junho, os gastos com juros nominais ficaram em R$ 22,113 bilhões, contra R$ 26,933 bilhões em igual mês de 2015. No primeiro semestre, os gastos chegaram a R$ 173,312 bilhões. Em 12 meses, encerrados em junho, as despesas com juros ficaram em R$ 449,228 bilhões, o que corresponde a 7,45% do PIB.

O déficit nominal, formado pelo resultado primário e os resultados de juros, ficou em R$ 32,174 bilhões, no mês passado, ante R$ 36,256 bilhões registrados em junho de 2015.

No primeiro semestre, o resultado negativo ficou em R$ 197,087 bilhões, contra R$ 209,646 bilhões em igual período de 2015. Em 12 meses, encerrados em junho, o déficit nominal ficou em R$ 600,476 bilhões, o que corresponde a 9,96% do PIB.

A dívida líquida do setor público (balanço entre o total de créditos e débitos dos governos federal, estaduais e municipais) chegou a R$ 2,529 trilhões, em junho, o que corresponde a 42% do PIB, alta de 2,3 pontos percentuais em relação a maio.

A dívida bruta, que contabiliza apenas os passivos dos governos federal, estaduais e municipais, chegou a R$ 4,130 trilhões ou 68,5% do PIB, praticamente estável em relação a maio (68,6% do PIB).

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralDéficit públicoIndicadores econômicosMercado financeiroPIB

Mais de Economia

Tesouro adia para 15 de janeiro resultado das contas de novembro

Câmara apresenta justificativa sobre emendas e reitera que Câmara seguiu pareceres do governo

Análise: Inflação preocupa e mercado já espera IPCA de 5% em 2025

Salário mínimo 2025: por que o valor será menor com a mudança de regra