Economia

Consultoria aponta que reação ao rebaixamento deve ser "pequena"

Para economista, o fluxo de capital estrangeiro ao País pode ser mais impactado pela decisão da S&P Global

S&P: "Vai haver uma correção pequena, com algum impacto em câmbio e bolsa", explicou o economista (Stan Honda/AFP)

S&P: "Vai haver uma correção pequena, com algum impacto em câmbio e bolsa", explicou o economista (Stan Honda/AFP)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de janeiro de 2018 às 21h29.

São Paulo - O rebaixamento da nota de crédito soberano do País pela agência de classificação de risco S&P Global, que passou de BB para BB-, anunciado nesta quinta-feira, à noite,deve gerar uma correção no câmbio e no preço dos ativos em bolsa nesta sexta-feira, 12, avalia o economista da 4E Consultoria, Juan Jensen. Ainda assim, ele aponta que a reação deve ser "pequena".

"O rebaixamento não era esperado neste momento, com o Congresso ainda em recesso. Ainda assim, a maior parte do mercado já não trabalhava com a hipótese de aprovação da reforma da Previdência e o preço dos ativos já refletia esta perspectiva. Vai haver uma correção pequena, com algum impacto em câmbio e bolsa", explicou o economista ao Broadcast.

Para Jensen, o fluxo de capital estrangeiro ao País pode ser mais impactado pela decisão da S&P Global, que apontou a demora do Congresso em aprovar reformas estruturais para melhorar a situação das contas públicas. Desta maneira, ressalta o economista, o dólar deve apresentar valorização na manhã de sexta-feira em relação ao real.

Apesar do rebaixamento, diz Jensen, o quadro fiscal e econômico do País não foi alterado, o que evitaria um possível "efeito manada", com outras agências rebaixando a nota de crédito brasileira. "A situação fiscal é ruim e tende a continuar, não tem novidade neste cenário. A Previdência já era difícil de passar e já sabíamos que seria complicado em 2018", afirma.

O fator que teria maior potencial para afetar a precificação de ativos e câmbio neste ano, avalia o economista da 4E, são as eleições presidenciais.

Fundo EWZ

Após fechar no maior patamar desde novembro de 2014, o principal índice de fundo relacionado ao Brasil, o EWZ, passou a cair logo após a notícia do novo rebaixamento da nota brasileira pela agência S&P Global Ratings. Às 20h05 no horário de Brasília, o índice registrava queda de 0,70% no pós-mercado. Durante o pregão tradicional, o índice fechou em alta de 1,87%, a US$ 43,10.

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