Construções de refinarias podem atrasar, diz Petrobras
A Petrobras está revisando o cronograma de construção das obras da Refinaria do Nordeste e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, disse diretor
Da Redação
Publicado em 29 de janeiro de 2015 às 20h06.
Rio de Janeiro - A Petrobras está revisando o cronograma de construção das obras da Refinaria do Nordeste (Rnest), em Pernambuco, e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), como um dos efeitos da Operação Lava Jato , disse nesta quinta-feira o diretor de Abastecimento da estatal, José Carlos Cosenza.
A Petrobras é peça-chave da Operação Lava Jato da Polícia Federal, segundo a qual executivos da estatal indicados por políticos conspiraram com empresas de engenharia e construção do país para sobrevalorizar obras entre 2004 e meados de 2012.
A primeira unidade (trem, no jargão do setor) de refino da Rnest entrou em operação em dezembro, mas ainda com sua capacidade limitada. Já o segundo trem de refino estava previsto para entrar em operação em maio deste ano, mas Cosenza disse que pode ser atrasado. “Estamos estudando nova data de entrada do trem dois, em funções dessas mudanças ... de empresas e também de mudanças do mercado”, afirmou o diretor, durante coletiva de imprensa.
Cada uma das unidades de refino da Rnest terá capacidade para processamento 115 mil barris de petróleo por dia, somando um total de 230 mil barris de capacidade diária.
O atraso acontece porque a Petrobras está tendo que reavaliar os contratos, já que foram fechados com empresas suspeitas de terem participado do suposto esquema de corrupção, investigado pela Polícia Federal.
O Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) passa por problema semelhante. Segundo Cosenza, a Petrobras está reavaliando o desenvolvimento da obra devido às denúncias.
Segundo dados da consultoria Economática, a estatal perdeu 12 bilhões de reais no mês passado na bolsa brasileira, período no qual o Ibovespa recuou 1,14%. Boa parte da queda é atribuída aos maus resultados de 2013 apresentados pela empresa.
No final de fevereiro, o valor de mercado da estatal era de 172,8 bilhões de reais.
A cotação média do mercado, no entanto, ultrapassa a cifra de 2,40 reais e a diferença está preocupando o mercado, que não consegue entender como a estatal chegou a esse valor.
A fim de não aumentar a inflação, o governo tem segurado os preços e a estratégia tem impactado negativamente a petroleira. A estimativa do mercado é que a empresa tenha deixado de ganhar 1,1 bilhão por não repassar alta do petróleo.