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Da Redação
Publicado em 4 de agosto de 2011 às 14h19.
São Paulo - A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou nesta quarta-feira sua estimativa para a safra total de grãos e oleaginosas do Brasil em 2009/10 para um recorde de 146,3 milhões de toneladas, ante 143,9 milhões de toneladas na previsão de março, devido ao bom volume de chuvas nas áreas de maior produção e à elevação da previsão para o milho.
Se confirmada, a produção ficará 8,3 por cento acima das 135,1 milhões de toneladas produzidas em 2008/09, de acordo com o sétimo levantamento de grãos da entidade. O recorde anterior era da safra 2007/08, quando o país produziu 144,1 milhões de toneladas.
"Esse resultado se deve à maior utilização de tecnologia, comportamento que vem se observando no decorrer dos últimos anos, aliado às condições climáticas favoráveis durante o desenvolvimento das lavouras", explicou a Conab.
De acordo com o órgão, a área cultivada no país está estimada em 47,6 milhões de hectares, queda de 0,2 por cento ante a safra anterior.
Dentre as principais culturas, o milho segunda safra e soja apresentaram crescimento da área cultivada em relação a 2008/09.
No levantamento de abril, a Conab verificou um crescimento de 3 por cento na safrinha de milho em relação a 08/09, para 5 milhões de hectares. Na previsão de março, a companhia havia previsto 4,73 milhões de hectares para a segunda safra do cereal.
A estatal ressaltou ainda que a área da soja cresceu 6,8 por cento em 09/10, para 23,2 milhões de hectares.
"As precipitações bem distribuídas beneficiaram, principalmente, a soja entre as fases de enchimento de grãos e maturação em Minas Gerais e na Bahia, o milho primeira safra na mesma fase em Minas Gerais, o desenvolvimento vegetativo do milho segunda safra no Paraná, no Mato Grosso, no Mato Grosso do Sul e em Goiás", explicou a Conab.
A entidade também elevou a estimativa para a safra total 2009/10 de milho de 51,4 milhões de toneladas em março para 54,1 milhões nesta quarta-feira, e ante 51 milhões na safra passada.
O destaque ficou com o milho safrinha, cuja safra está estimada 20,7 milhões de toneladas, contra 18,4 milhões na previsão anterior e 17,3 milhões em 2008/09, com um crescimento de área de plantada.
"A recuperação se deu no Mato Grosso, que aumentou sua área de plantio em quase 25 por cento em relação ao mesmo tipo de safra...", informou o estudo.
A previsão para o milho primeira safra, em processo de colheita no centro-sul, passou de 33 milhões de toneladas em março para 33,4 milhões nesta quarta-feira, ante 33,6 milhões em 2008/09.
A produtividade média prevista para a primeira safra de milho é de 4.157 quilos por hectare, 14,5 por cento maior que a alcançada na safra 2008/09.
A área cultivada com o milho primeiro safra é de 8 milhões de hectares, contra 8,1 milhões na previsão de março e 9,2 milhões em 2008/09. Essa redução, segundo a Conab, deve-se ao elevado volume de produto no mercado e aos preços praticados abaixo do esperado pelos produtores.
Já a previsão para a soja, com a maior parte da área colhida, sofreu uma leve redução para 67,4 milhões de toneladas, contra 67,6 milhões na previsão anterior. Em 2008/09, o país produziu 57,2 milhões de toneladas.
Segundo a Conab, a atual safra foi beneficiada pelos preços mais atraentes e perspectivas futuras de mercado mais atrativas comparativamente às culturas concorrentes, sobretudo à do milho.
O maior crescimento de área de soja foi observado na região Sul, 643,4 mil hectares, com destaque para o Estado do Paraná, com 435,4 mil hectares a mais que em 2008/09.
Segundo a Conab, a colheita até 31 de março em todo o país totalizava 65,1 por cento, correspondendo a 43,87 milhões de toneladas. No Centro-Oeste, onde o plantio teve início em setembro, 90,9 por cento da produção já havia sido colhida.
A safra 2009/10 de algodão em pluma foi estimada pelo órgão em 1,27 milhão de toneladas, contra 1,23 milhão em março, com ligeira alta ante 2008/09. A área plantada é de 836 mil hectares, queda de 0,9 por cento em relação à safra anterior.
Já a nova safra de trigo começa a ser semeada efetivamente a partir de abril, e há uma indefinição sobre a área a ser cultivada devido ao comportamento do mercado e do preço do grão. Em 2009, o país produziu 5 milhões de toneladas de trigo, segundo a Conab.