Colheita de soja: para o consumo das famílias, a previsão piorou, passando de queda de 1,2% para retração de 2,3%. O PIB Industrial também deve encolher mais que o esperado anteriormente: a projeção passou de -3,8% para -6,1% (Camila Domingues/Palácio Piratini)
Da Redação
Publicado em 8 de outubro de 2015 às 12h59.
Brasília - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) ficou mais pessimista com a economia brasileira.
Segundo o Informe Conjuntural, um estudo que contém as projeções da entidade, a perspectiva do Produto Interno Bruto (PIB) para 2015 passou de uma recessão de 1,6% para uma queda de 2,9% entre julho e outubro.
A pesquisa é divulgada trimestralmente. Esse resultado foi formado por uma série de indicadores ruins de composição do PIB.
Para o consumo das famílias, a previsão piorou, passando de queda de 1,2% para retração de 2,3%. O PIB Industrial também deve encolher mais que o esperado anteriormente: a projeção passou de -3,8% para -6,1%.
A formação bruta de capital fixo (FBCF), que mostra os investimentos produtivos do País na composição do PIB, deve se retrair 13,4% em 2015. A expectativa anterior era melhor, mas ainda assim negativa, uma queda de 7,7%.
Inflação
A CNI está ligeiramente mais pessimista que o mercado e que o Banco Central quanto a inflação.
Enquanto a entidade espera um Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 9,6% ao fim de 2015, a autoridade monetária estima uma taxa de 9,5%. O último boletim Focus, que reúne as projeções de mercado, estima 9,53%.
O dado da CNI também apresentou uma piora comparado a última previsão da entidade, divulgada em julho: naquela data a estimativa era de 8,9%.
Apesar de esperar uma piora do custo de vida, a entidade não acredita que o Banco Central vá alterar os juros básicos até o fim do ano. A expectativa da CNI para a Selic ficou estável em 14,25% ao ano entre julho e outubro.
A perspectiva para a taxa média nominal também ficou estável em 13,47%. Para a taxa real, no entanto, a CNI espera um número menor do que na última divulgação, passando de 4,5% ao ano para 4,2%.
Desemprego
Segundo dados do Informe Conjuntural da CNI, a taxa de desocupados deve ficar em 6,9% da população economicamente ativa.
Comparada ao dado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), essa projeção é mais otimista, já que em agosto, último número disponível, o desemprego estava em 7,6%.
Apesar disso, comparado a última divulgação da CNI, esse desemprego de 6,9% é um dado pior. Em julho a entidade esperava uma taxa de 6,7%.
Superávit primário
Quanto às contas públicas, a CNI também está mais pessimista para 2015. Segundo o Informe Conjuntural, piorou as previsões para o primário do ano, passando de superávit primário de 0,40% do PIB para déficit primário de 0,05%.
Apesar desse cenário, a perspectiva para a dívida líquida passou de 36,4% do PIB para 34,9% - reflexo do dólar mais valorizado frente o real.
A entidade, inclusive, espera que a média do câmbio em dezembro seja de R$ 4,00, ante a previsão anterior que era de R$ 3,25. Para o câmbio médio do ano a previsão passou de R$ 3,10 para R$ 3,37.
A entidade também informou que espera um déficit nominal de 8,90% do PIB frente a previsão anterior de 6,45%.