CMN altera margem de tolerância de meta de inflação
O Conselho Monetário Nacional fixou a meta de inflação medida pelo IPCA em 4,5% para 2017, mas alterou margem de tolerância
Da Redação
Publicado em 25 de junho de 2015 às 21h44.
Brasília - O Conselho Monetário Nacional ( CMN ) fixou a meta de inflação medida pelo IPCA em 4,5 por cento ao ano para 2017, mas reduziu a margem de tolerância para 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, ante os atuais 2 pontos, afirmou o Ministério da Fazenda nesta quinta-feira.
A meta de inflação segue no patamar de 4,5 por cento desde 2005, quando a banda era de 2,5 pontos percentuais. A tolerância de 2 pontos passou a valer em 2006. Para os anos de 2015 e 2016, o CMN manteve a meta em 4,5 por cento com margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Diante do cenário de fragilidade da economia, inflação elevada e baixa confiança sobre o governo, houve debate dentro do CMN --formado pelos ministros da Fazenda e do Planejamento e pelo presidente do Banco Central-- para que a meta de 2017 fosse reduzida.
Dentro do Ministério da Fazenda, a defesa era de mexer no objetivo para 2017 a fim de sinalizar o comprometimento com o combate à inflação e restaurar sua credibilidade. Dentro do BC, por outro lado, havia a defesa de não mudar a meta diante da preocupação com o atual cenário, com fortes ajustes fiscais ocorrendo e inflação nas alturas.
Por outro lado, reduzir a tolerância para a inflação pode levar o BC a ter de apertar ainda mais a política monetária, que desde outubro já elevou a Selic em 2,75 ponto percentual, para os atuais 13,75 por cento. E como a inflação deste ano deve ficar em torno de 9 por cento --ou seja, fora da meta--, fazer com que ela convergisse para um alvo menor no futuro exigiria ainda maior esforço no presente.
Uma fonte do Ministério da Fazenda, que pediu anonimato, afirmou que a decisão de apenas reduzir a banda da meta para 2017 não deve pesar na política monetária agora, argumentando que as projeções do mercado e de especialistas já apontam para o IPCA em 4,5 por cento em 2017. "Apenas (o governo) tentando recuperar credibilidade sem esforço", resumiu.
Outra importante fonte da equipe econômica foi na mesma linha, afirmando que a decisão não altera a política monetária "em curso".
O BC endureceu seu discurso e vem reiterando o compromisso em levar o IPCA a 4,5 por cento no final do ano que vem, fazendo o que for necessário e com "determinação e perseverança" para tanto, o que tem levado investidores a apostar que a Selic pode subir até 14,75 por cento ao final do atual ciclo de aperto monetário, que já levou a taxa básica de juros ao maior patamar desde dezembro de 2008.
RECUPERAR CREDIBILIDADE
Muitos no mercado financeiro defendiam a ideia de reduzir a meta mais à frente. Pesquisa da Reuters divulgada mais cedo mostrou que a maioria dos analistas se mostrou favorável sobre o governo reduzir a meta de inflação para 2017 para buscar recuperar a credibilidade. A economista-chefe da Rosenberg & Associados, Thais Zara, acredita que a decisão de reduzir a banda para 2017 sinaliza o compromisso do governo com a redução da inflação. "É uma medida importante... Reforça o trabalho que o Banco Central vem fazendo de melhora da credibilidade, reconquista da confiança dos agentes", disse.
No entanto, a medida pode levar à necessidade de juros mais elevados, o que pode ser refletido no mercado nas próximas sessões.
"O efeito prático disso é que a curva de juros tende a subir um pouco mais porque você vai ter que ter uma persistência mais forte da política monetária para chegar ao mesmo resultado. Hoje até já subiu o juro antecipando um pouco isso. É bom que não mudaram o centro da meta", disse o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito.
Apesar do duro aperto monetário conduzido pela autoridade monetária, a inflação segue em níveis persistentemente altos, influenciada principalmente pelo ajuste de preços administrados e pela valorização do dólar. Em maio, o IPCA subiu 8,47 por cento em 12 meses, acima do esperado pelo mercado e na maior taxa acumulada desde dezembro de 2003. A prévia para o desempenho do índice apontou a continuidade da tendência, com o IPCA-15 registrando alta em 12 meses de 8,80 por cento.
O segundo mandato da presidente Dilma Rousseff enfrenta uma maré de notícias negativas no front econômico enquanto tenta colocar de pé um ajuste fiscal para reequilibrar as contas públicas e alcançar neste ano superávit primário de 66,3 bilhões de reais, ou 1,1 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
Texto atualizado às 21h43
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Em maio | 1,22% |
Em 2015 | 11,50% |
Nos últimos 12 meses | 17,59% |
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Em 2015 | 7,28% |
Nos últimos 12 meses | 8,42% |
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Em maio | 0,74% |
Em 2015 | 4,21% |
Nos últimos 12 meses | 8,13% |
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Em maio | -0,29% |
Em 2015 | 4,36% |
Nos últimos 12 meses | 7,03% |
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Em maio | 1,32% |
Em 2015 | 5,94% |
Nos últimos 12 meses | 8,80% |
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Em maio | 1,10% |
Em 2015 | 4,11% |
Nos últimos 12 meses | 7,39% |
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Em maio | 0,36% |
Em 2015 | 1,97% |
Nos últimos 12 meses | 4,23% |
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Em maio | 0,61% |
Em 2015 | 0,80% |
Nos últimos 12 meses | 3,37% |
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Em maio | 0,17% |
Em 2015 | -0,56% |
Nos últimos 12 meses | -1,12% |