Economia

Cinco assuntos quentes para o Brasil na semana

Além do Copom, agenda doméstica ainda será forte em dados econômicos. Destaque será o IPCA de abril

Preços: mercado espera leve desaceleração mensal do IPCA, mas com aceleração forte anual, de 4,58% para 4,99% (spijker/Creative Commons/Creative Commons)

Preços: mercado espera leve desaceleração mensal do IPCA, mas com aceleração forte anual, de 4,58% para 4,99% (spijker/Creative Commons/Creative Commons)

Ligia Tuon

Ligia Tuon

Publicado em 6 de maio de 2019 às 10h24.

Última atualização em 6 de maio de 2019 às 10h34.

Semana começa pesada nos mercados, com bolsas em queda e dólar em alta, após Trump ameaçar ampliar as tarifas sobre produtos chineses. CPI será destaque semanal americano após Powell e payroll afetarem mercado em sentidos opostos na semana passada e China retornará aos holofotes com balança.

Agenda local será pesada para o mercado de juros, com Copom, que deve manter a Selic estável, e o IPCA, que pode encostar em 5% em 12 meses.

Reforma da Previdência pode andar na comissão especial, que deve ter 1ª reunião. Petrobras e Vale divulgam balanços. Veja principais temas:

EUA e China

Mercado monitora possível encontro entre EUA e China esta semana, caso viagem dos negociadores chineses não seja cancelada após presidente Trump ameaçar aumento de tarifas.

Agenda americana perde um pouco de força após payroll na sexta ser bem recebido e apagar parte da reação negativa ao pronunciamento neutro de Powell. Ainda assim, haverá números relevantes nos EUA, como o CPI e o PPI.

Presidente do Fed falará brevemente em conferência dia 9, mas o tema, que é desenvolvimento de comunidade, sugere que não será driver aos ativos.

Fora dos EUA, destaques são números da balança e inflação na China, PIB do Reino Unido e ata do BOJ. Balanços nos EUA e novo produto do Google também serão monitorados.

Selic estável

Maioria do mercado espera que BC mantenha juro estável em 6,50% na próxima semana. Entre 33 instituições pesquisadas pela Bloomberg, apenas uma, a Austin, prevê redução, de 0,50 pp.

Mercado chegou a flertar com cortes em alguns momentos dos últimos meses devido aos números fracos de atividade do 1º trimestre, mas abandonou as apostas com o atraso da reforma da Previdência na CCJ e diante da manutenção do discurso cauteloso do BC.

Se a reforma andar, contudo, estas apostas podem ser retomadas.

IPCA ronda 5% em 12 meses

Além do Copom, agenda doméstica ainda será forte em dados econômicos. Destaque será o IPCA de abril, que deve ter leve desaceleração mensal de 0,75% para 0,62%, mas com aceleração forte, de 4,58% para 4,99%, no comparativo anual.

No campo da atividade, números de varejo e Anfavea medem pulso da economia após produção industrial frustrante de março. IGP-DI e 1ª prévia do IGP-M são outros destaques.

Previdência na Comissão Especial

A reforma da Previdência, cujo prazo começou a ser contado na última semana para parecer e emendas, deve ser analisada na 1ª reunião da Comissão Especial, na terça-feira. No mesmo dia, deve ser apresentado um plano de trabalho consolidado.

A meta da comissão é atender desejo do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de votar no plenário em julho. Segundo o Estado, a reforma tem 19 votos na comissão, com outros 13 condicionando apoio a mudanças.

Balanços em ritmo acelerado

Agenda corporativa ganha ímpeto na semana. Balanços da Petrobras e Vale serão os destaques, mas outras empresas de peso, como CSN, Ambev, Magazine Luiza, Gerdau, Braskem, Pão de Açúcar, BB, Vivo e B3 divulgarão resultados. No caso da Vale, foco fica sobre efeito do acidente de Brumadinho, que ajudou a derrubar a produção industrial.

Acompanhe tudo sobre:ChinaCopomeconomia-brasileiraEstados Unidos (EUA)Guerras comerciaisIPCAReforma da PrevidênciaSelic

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto