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Chipre prepara reabertura e quer evitar fuga de capitais

Após doze dias de fechamento, a reabertura está prevista para esta quinta-feira

Agência do Banco Popular cipriota em Atenas: as filiais na Grécia foram abertas hoje (Louisa Gouliamaki/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de março de 2013 às 12h29.

Nicósia - Autoridades cipriotas se esforçavam para preparar da forma mais tranquila possível a reabertura dos guichês bancários, prevista para esta quinta-feira, após doze dias de fechamento, e prevenir uma fuga em massa de capitais e a correria dos correntistas.

Fechados desde 16 de março, os bancos da ilha mediterrânea deveriam inicialmente reabrir terça-feira, mas o Banco Central do país decidiu adiar até quinta-feira para colocar em prática medidas que evitem os cipriotas a esvaziarem completamente as suas contas.

Na espera, ficou decidido que os clientes dos dois maiores bancos do país, o Bank of Cyprus e o Popular (Laïki) Bank devem limitar as retiradas a 100 euros.

Esses dois estabelecimentos são alvo do plano de resgate da ilha concluído entre as autoridades cipriotas e os credores da troica (UE, BCE e FMI). O Laiki Bank irá desaparecer, enquanto as contas do Bank of Cyprus acima de 100.000 euros vão sofrer uma punição estimada em 40%.

Para os demais bancos, "cada dia a mais que o sistema bancário permanece fechado, a confiança das pessoas diminui e aumenta a vontade de retirar seu dinheiro, enquanto somos obrigados a impor restrições" aos movimentos de capitais, explicou o presidente do Banco Central, Panicos Demetriades, assegurando que tais imposições não serão severas.

Manifestações de funcionários dos dois bancos, assim como de estudantes, foram organizadas na terça-feira em Nicósia, mas a situação continua tranquila na ilha, mesmo com a economia paralisada.


No nível da direção do Bank of Cyprus, o presidente, Andreas Artemis, renunciou terça-feira, mas o conselho administrativo da instituição rejeitou esta decisão, que só poderá ser efetivada em uma semana.

Nesta quarta-feira, foi o diretor executivo do Bank of Cyprus a ser destituído pelo presidente do Banco Central a pedido da troica, segundo a agência CNA.

O presidente conservador Nicos Anastasiades, que sucedeu há menos de um mês o comunista Demetris Christofias, expressou sua intenção de criar uma comissão encarregada de determinar as responsabilidades neste desastre que atingiu o sistema bancário e a economia cipriota.

Muitas empresas têm dificuldades para manter seu funcionamento, e algumas delas correm o risco de rapidamente serem "levadas à falência", segundo a câmara do comércio cipriota.

As medidas adotadas para impedir a fuga de capitais também devem atingir as contas de estrangeiros no país, principalmente as de russos. Os bens russos no Chipre ultrapassam 20 bilhões de euros, de acordo com estimativas da Moody's, e devem ser cortados pelo plano de resgate.


"O dinheiro vai partir, mas não as pessoas", assegurou Slava Mishin, um russo de 42 anos que trabalha no serviço financeiro da Limassol. "Muitos são aqueles que, como eu e minha família, esperam para ver o que vai acontecer".

Na Grécia, as sucursais dos bancos cipriotas Bank of Cyprus, Laiki e Hellenic Bank abriram nesta quarta-feira, depois de terem passado a terça-feira sob o controle do Banco do Pireu.

Clientes preocupados por seus depósitos começaram a fazer fila em frente às agências antes da reabertura, cerca de quarenta pessoas em frente à sede do Bank of Cyprus, no centro de Atenas, e quinze em frente a uma agência do bairro de Aghia Paraskevi, no norte da capital, constataram jornalistas da AFP.

Sob a tutela grega, os depósitos das filiais não vão sofrer com os cortes e perdas impostas aos estabelecimentos do Chipre.

Os mercados financeiros mundiais continuam preocupados após os temores provocados pelo plano de resgate do Chipre.

"A Europa continua refém, mesmo se o mercado não se preocupar mais com o Chipre, a preocupação maior é sobre as consequências que este plano terá sobre a zona do euro", considera Chris Weston, analista da IG.

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Nicósia - Autoridades cipriotas se esforçavam para preparar da forma mais tranquila possível a reabertura dos guichês bancários, prevista para esta quinta-feira, após doze dias de fechamento, e prevenir uma fuga em massa de capitais e a correria dos correntistas.

Fechados desde 16 de março, os bancos da ilha mediterrânea deveriam inicialmente reabrir terça-feira, mas o Banco Central do país decidiu adiar até quinta-feira para colocar em prática medidas que evitem os cipriotas a esvaziarem completamente as suas contas.

Na espera, ficou decidido que os clientes dos dois maiores bancos do país, o Bank of Cyprus e o Popular (Laïki) Bank devem limitar as retiradas a 100 euros.

Esses dois estabelecimentos são alvo do plano de resgate da ilha concluído entre as autoridades cipriotas e os credores da troica (UE, BCE e FMI). O Laiki Bank irá desaparecer, enquanto as contas do Bank of Cyprus acima de 100.000 euros vão sofrer uma punição estimada em 40%.

Para os demais bancos, "cada dia a mais que o sistema bancário permanece fechado, a confiança das pessoas diminui e aumenta a vontade de retirar seu dinheiro, enquanto somos obrigados a impor restrições" aos movimentos de capitais, explicou o presidente do Banco Central, Panicos Demetriades, assegurando que tais imposições não serão severas.

Manifestações de funcionários dos dois bancos, assim como de estudantes, foram organizadas na terça-feira em Nicósia, mas a situação continua tranquila na ilha, mesmo com a economia paralisada.


No nível da direção do Bank of Cyprus, o presidente, Andreas Artemis, renunciou terça-feira, mas o conselho administrativo da instituição rejeitou esta decisão, que só poderá ser efetivada em uma semana.

Nesta quarta-feira, foi o diretor executivo do Bank of Cyprus a ser destituído pelo presidente do Banco Central a pedido da troica, segundo a agência CNA.

O presidente conservador Nicos Anastasiades, que sucedeu há menos de um mês o comunista Demetris Christofias, expressou sua intenção de criar uma comissão encarregada de determinar as responsabilidades neste desastre que atingiu o sistema bancário e a economia cipriota.

Muitas empresas têm dificuldades para manter seu funcionamento, e algumas delas correm o risco de rapidamente serem "levadas à falência", segundo a câmara do comércio cipriota.

As medidas adotadas para impedir a fuga de capitais também devem atingir as contas de estrangeiros no país, principalmente as de russos. Os bens russos no Chipre ultrapassam 20 bilhões de euros, de acordo com estimativas da Moody's, e devem ser cortados pelo plano de resgate.


"O dinheiro vai partir, mas não as pessoas", assegurou Slava Mishin, um russo de 42 anos que trabalha no serviço financeiro da Limassol. "Muitos são aqueles que, como eu e minha família, esperam para ver o que vai acontecer".

Na Grécia, as sucursais dos bancos cipriotas Bank of Cyprus, Laiki e Hellenic Bank abriram nesta quarta-feira, depois de terem passado a terça-feira sob o controle do Banco do Pireu.

Clientes preocupados por seus depósitos começaram a fazer fila em frente às agências antes da reabertura, cerca de quarenta pessoas em frente à sede do Bank of Cyprus, no centro de Atenas, e quinze em frente a uma agência do bairro de Aghia Paraskevi, no norte da capital, constataram jornalistas da AFP.

Sob a tutela grega, os depósitos das filiais não vão sofrer com os cortes e perdas impostas aos estabelecimentos do Chipre.

Os mercados financeiros mundiais continuam preocupados após os temores provocados pelo plano de resgate do Chipre.

"A Europa continua refém, mesmo se o mercado não se preocupar mais com o Chipre, a preocupação maior é sobre as consequências que este plano terá sobre a zona do euro", considera Chris Weston, analista da IG.

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