Economia

Chineses vão a Washington tentar barrar tarifas de Trump

O governo do presidente norte-americano Donald Trump anunciou que irá aumentar a taxa sobre produtos chineses de 10% para 25% a partir de sexta-feira

China e EUA: encontro em Washington nesta quinta-feira tenta evitar nova sanção norte-americana (Andy Wong/Pool/Reuters)

China e EUA: encontro em Washington nesta quinta-feira tenta evitar nova sanção norte-americana (Andy Wong/Pool/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2019 às 06h12.

Última atualização em 9 de maio de 2019 às 06h44.

No que marca nada menos que a 11ª rodada de negociações da guerra comercial entre China e Estados Unidos, uma delegação chinesa comandada pelo vice-primeiro ministro Liu He chega a Washington nesta quinta-feira (9), para tentar barrar novas tarifas norte-americanas para produtos chineses.

Os últimos dias romperam um período que vinha sendo de negociações consideradas “frutíferas” pelas duas partes: quando um acordo parecia próximo, o presidente norte-americano Donald Trump confirmou no último domingo, 5, um aumento da taxação de 10 para 25% sobre os produtos chineses. Agora, negociadores chineses tentarão reverter a nova sanção, que começará a valer a partir desta sexta-feira, 10. Trump ameaça ainda impor, “em breve”, outros 25% de tarifas em mais 325 bilhões de dólares em importações chinesas nos EUA. 

A reação de Trump acontece, segundo a agência de notícias norte-americana Reuters, após o governo do presidente chinês Xi Jinping ter entregado aos EUA, na semana passada, alterações substanciais no documento de mais de 150 páginas que continha condições sobre o acordo. Segundo fontes do governo norte-americano, os chineses teriam retirado compromissos de mudar leis relacionadas à propriedade intelectual norte-americana e segredos comerciais, transferência de tecnologia forçada e manipulação de moeda.

Após o anúncio das novas taxas por Trump, um porta-voz do governo chinês afirmou que “não é do interesse dos dois países” uma nova escalada de tensão no conflito comercial. Contudo, disse, “se as medidas tarifárias dos EUA forem implementadas, a China terá que tomar as medidas de reação necessárias”.

Em seu Twitter, o presidente Donald Trump escreveu na quarta-feira, 8, sobre a vinda de Liu He. “Nós veremos, mas estou muito feliz com mais de 100 bilhões de dólares por ano em tarifas enchendo os cofres norte-americanos”, afirmou o presidente norte-americano. “Ótimo para os EUA, não tão bom para a China!”, completou.

Um dos mais emblemáticos personagens da guerra comercial tornou-se a fabricante de eletrônicos Huawei, uma das maiores empresas da China e que foi proibida de vender nos Estados Unidos – mas que, ainda assim, acaba de passar a norte-americana Apple em número de smartphones vendidos no primeiro trimestre de 2019, tornando-se a segunda maior fabricante de celulares do mundo. Sua herdeira e executiva, Meng Wanzhou, está presa no Canadá desde dezembro passado a pedido do governo norte-americano, acusada pelos EUA de fraude, conspiração, lavagem de dinheiro e obstrução de Justiça. 

A prisão irritou o governo chinês, que desde então prendeu dois canadenses e decretou sentença de morte para outros dois, além de barrar a importação de alguns produtos do país. Ontem, a Suprema Corte do Canadá começou o que deve ser um longo processo para decidir se Meng de fato extraditada para os Estados Unidos. O destino de Meng, contudo, está muito mais ligado ao que acontece até sexta-feira em Washington do que às decisões canadenses. 

Acompanhe tudo sobre:ChinaDonald TrumpEstados Unidos (EUA)Exame HojeXi Jinping

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor