Economia

China supera EUA e se torna maior parceiro comercial da União Europeia

Novo capítulo da disputa entre as potências, resultado reflete aumento aumento das importações europeias da China e das exportações UE para o país asiático

No ano passado, o comércio da UE com a China totalizou US$ 586 bilhões (SOPA Images / Colaborador/Getty Images)

No ano passado, o comércio da UE com a China totalizou US$ 586 bilhões (SOPA Images / Colaborador/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 15 de fevereiro de 2021 às 12h44.

Última atualização em 15 de fevereiro de 2021 às 12h50.

A China se tornou o primeiro parceiro comercial da União Europeia (UE) pela primeira vez em 2020, ultrapassando os Estados Unidos, graças à rápida recuperação de sua economia menos afetada pela pandemia de Covid-19 do que a de seus parceiros ocidentais.

No ano passado, o comércio da UE com a China totalizou US$ 586 bilhões (somando exportações e importações), ante US$ 555 bilhões dos Estados Unidos, segundo dados divulgados, nesta segunda-feira, pelo instituto europeu de estatísticas.

"Durante o ano de 2020, a China foi o principal parceiro comercial da UE", disse o Eurostat em um comunicado.

Se a UE já era o primeiro parceiro comercial da China desde 2004 - na época ultrapassou o Japão -, é a primeira vez que o inverso é verdadeiro, ou seja, a China destrona os Estados Unidos vis-à-vis a Europa.

Segundo o Eurostat, este resultado deve-se ao aumento das importações europeias da China (+ 5,6% em 2020 com relação a 2019) e das exportações europeias para a China (+ 2,2%).

Ao mesmo tempo, o comércio com os Estados Unidos registrou queda significativa tanto nas importações (-13,2%) quanto nas exportações (-8,2%).

Depois de sofrer com a pandemia durante o primeiro trimestre de 2020, a economia chinesa se recuperou vigorosamente e o consumo superou no fim do ano seu nível de um ano atrás, impulsionando as vendas europeias, em particular de automóveis e produtos de luxo

As exportações da China para a Europa se beneficiaram de uma forte demanda por equipamentos médicos e produtos eletrônicos.

Neste contexto, a UE viu seu déficit comercial aumentar com a China. Ele passou de -164,7 bilhões de euros em 2019 para -181 bilhões no ano passado. Ao mesmo tempo, o superávit com os Estados Unidos manteve-se estável em torno de 151 bilhões de euros.

O Reino Unido, que deixou de fazer parte da União Europeia, é agora o seu terceiro maior parceiro comercial, atrás da China e dos Estados Unidos.

No entanto, as exportações europeias para aquele país caíram 13,2% no ano passado e as importações, 13,9%.

No total, a União Europeia registou em 2020 um superávit comercial em forte crescimento em relação ao resto do mundo, para 217,3 bilhões de euros, contra 191,5 bilhões em 2019.

O número é ainda mais elevado para os 19 países da zona do euro: superávit de 234,5 bilhões de euros no ano passado, contra 221 bilhões no ano anterior.

Bolsas sobem em Europa e Ásia

Pela segunda semana seguida, o dólar começou com cotação com ligeira em baixa, com o otimismo sobre os lançamentos da vacina Covid-19 e um pacote de estímulo planejado de US $ 1,9 trilhão nos EUA elevou moedas e mercados de ações mais arriscados na Europa e na Ásia. Entre as moedas que se fortaleceram frente ao dólar, a libra esterlina quebrou US$ 1,39 pela primeira vez em quase três anos.

A melhora no apetite pelo risco também se refletiu nas ações, com os índices europeus subindo depois que as ações japonesas atingiram uma alta de mais de 30 anos.

O recorde da Bolsa japonesa, que fechou acima dos 30 mil pontos pela primeira vez desde agosto de 1990, foi registrada no mesmo dia em que o governo anunciou uma queda de 4,8% no Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2020. Primeira retração anual registrada no país desde 2009, o resultado reflete as dificuldades impostas pela pandemia de Covid-19.

Muitos mercados financeiros na Ásia permaneceram fechados na segunda-feira para o Ano Novo Lunar e os mercados de ações dos EUA estarão fechados para o Dia do Presidente.

Analistas do MUFG disseram que o dólar poderia enfraquecer ainda mais se o otimismo do mercado se mantivesse.

"Acreditamos que ainda há muito a fazer no chamado 'comércio de reflação', com os participantes do mercado subestimando a disposição dos formuladores de políticas globais de deixar a economia aquecer e alimentar um crescimento global mais forte do que o esperado até o final do ano ", disseram os analistas em nota.

Bitcoin permaneceu volátil, recuando para US$ 45.914,75 por dia, após atingir um recorde de US$ 49.714,66 na semana passada, quando registrou alta de 25%.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)ChinaComércio exteriorUnião Europeia

Mais de Economia

Payroll: EUA cria 64 mil empregos em novembro, acima do esperado

Ata do Copom indica inflação em queda, mas mantém tom cauteloso sobre Selic

Câmara vota hoje PL que corta benefícios fiscais e pode arrecadar R$ 20 bi

Argentina flexibiliza política de câmbio e anuncia plano para acumular reservas