Economia

China reduz previsão do PIB e muda seu desenvolvimento

País quer reorientar o modelo de desenvolvimento econômico para o consumo interno

Informação é do primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao (Getty Images)

Informação é do primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de março de 2012 às 06h56.

Pequim - A China reduziu para 7,5% o objetivo de crescimento de seu Produto Interno Bruto (PIB) para 2012, contra o 9,2% alcançado no ano passado, a fim de reorientar o modelo de desenvolvimento econômico para o consumo interno, explicou nesta segunda-feira o primeiro-ministro, Wen Jiabao.

O líder chinês discursou na abertura das sessões da Assembleia Nacional Popular (ANP) que acontece em Pequim.

'Devemos acelerar a reestruturação da política econômica acrescentando a demanda interna, sobretudo o consumo, a inovação e a economia de energia para a construção socialista no econômico, político, cultural e social, preservando a estabilidade para realizar com êxito sobressalente o XVIII Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês', disse.

Tal Congresso se reunirá no próximo outono (hemisfério norte), como a cada meia década, e sentará a política chinesa da próxima década ao escolher o Comitê Central do PCCh, do qual sairá o Politburo e o secretário-geral, que aprovará a ANP em 2013 como novo presidente da China.

Em seu relatório sobre o trabalho do Governo na sessão anual da ANP, perante a máximo liderança e 2.924 delegados, o chefe do Executivo predisse uma recuperação global 'difícil e tortuosa'.

'A crise financeira internacional continua e em alguns países persistem as dificuldades para aliviar a curto prazo o problema da dívida soberana. Em nível nacional é premente que resolvamos contradições institucionais e estruturais', disse.

Segundo Wen, as economias emergentes enfrentam também a pressão pelo aumento da inflação e o arrefecimento de seu crescimento.

No nível nacional, é preciso 'atenuar o desequilíbrio e a descoordenação e abordar pressões sobre emprego, desenvolvimento da agricultura, aumento de renda dos camponeses, excesso de capacidade produtiva de certos setores e desmesurado consumo de energia', destacou.

Wen reconheceu que em 2011 'não foram cumpridas algumas metas com problemas em desapropriação de terras, demolição de casas, segurança em produção alimentar e farmacêutica e em distribuição de renda que suscitam protestos das massas', acrescentou.

Segundo disseram analistas, a estabilidade social é prioritária para o Congresso de outubro e por isso as diretrizes-chave são impulsionar o emprego, o bem-estar social e a flexibilização das políticas monetária e fiscal para estimular a demanda interna.


Baixar 0,5% na previsão de crescimento ajuda também a cumprir o Plano Quinquenal (até 2015) e fixa diretrizes para transformar o modelo econômico rumo a outro mais sustentável e eficaz, afirmou Wen.

O Governo tentará também deter o aumento do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), principal índice da inflação, em torno de 4% contra 5,4% anualizado de 2011.

Além disso, segundo o relatório de 39 páginas apresentado à ANP, a China aumentará em 2012 o volume de importações e exportações em 10% para melhorar seu balanço de pagamentos.

Também haverá cortes de impostos e políticas preferenciais para as pequenas e médias empresas e as dívidas dos Governos locais, área de risco para o sistema bancário chinês, serão vigiadas.

O primeiro-ministro também destacou a importância da modernização militar e policial.

A China reivindica quase todas as ilhas do Mar da China Meridional e cuja soberania disputa com Vietnã, Filipinas, Taiwan, Brunei e Malásia, além de Japão.

Na agricultura, a China apostará no desenvolvimento tecnológico para a segurança alimentar com uma produção de cereais em 2011 de 571 milhões de toneladas, aumento de 4,5% anualizado.

O setor receberá apoio para pesquisa e desenvolvimento, pois, segundo publicou o jornal oficial China Daily, mais de 90% de variedades de flores e vegetais são importados 'e a pesquisa em sementes deve liderar o desenvolvimento do setor'.

Impulsionar a indústria das sementes é desejo repetido do Governo chinês já que companhias estrangeiras possuem 15% de um mercado no qual há 8.000 empresas, em geral pequenas e com pouca capacidade de pesquisa e desenvolvimento.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaCrescimento econômicoDesenvolvimento econômicoIndicadores econômicosPIB

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor