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China prevê forte déficit fiscal para evitar estagnação

Ministro das Finanças disse que o país tem de equilibrar a necessidade de reduzir o déficit fiscal sem empurrar a economia para um "precipício"

O ministro das Finanças da China, Lou Jiwei: "temos de reduzir o déficit de forma constante, mas, ao mesmo tempo, impedindo que a economia caia em um precipício" (Nelson Ching/Bloomberg News)
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Da Redação

Publicado em 6 de março de 2015 às 10h33.

Pequim - A China vai buscar uma política fiscal expansionista este ano para evitar a estagnação da economia, disse nesta sexta-feira o ministro das Finanças, Lou Jiwei, que também garantiu aos investidores que as autoridades estão de olho em governos locais altamente endividados.

Indagado sobre como a China vai compatibilizar seus crescentes níveis de endividamento com uma economia que perde vigor, Lou disse que o país tem de equilibrar a necessidade de reduzir o déficit fiscal sem empurrar a economia para um "precipício".

Para enfatizar a importância dos gastos do Estado, o ministro afirmou que o déficit orçamentário real da China deve ficar em 2,7 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2015, depois de contabilizar 112,4 bilhões de iuanes (18 bilhões de dólares) que se destinavam a orçamentos anteriores, mas ainda não foram gastos.

Na abertura da reunião anual do Congresso Nacional do Povo, o Parlamento do país, na quinta-feira, a China anunciou a previsão de déficit fiscal de 2,3 por cento do PIB em 2015, ou 1,62 trilhão de iuanes (258,61 bilhões de dólares).

Um déficit fiscal de 2,7 por cento, em comparação com o déficit de 2,1 por cento do ano passado, seria o maior do país desde 2009, quando o governo chinês adotou medidas de estímulo à economia para combater a crise financeira global e, com isso, a China contabilizou um déficit de 2,8 por cento.

"Para suportar a pressão de baixa, temos de adotar adequadamente uma política fiscal expansionista", disse Lou a repórteres, em uma entrevista anual à imprensa.

"Temos de reduzir o déficit de forma constante, mas, ao mesmo tempo, impedindo que a economia caia em um precipício."

Ele afirmou que a China está pressionada por uma fraca recuperação da economia mundial e restrições internas, que incluem a necessidade de reduzir os níveis de endividamento de forma gradual.

"A proporção da dívida em algumas áreas é muito alta, e nós vamos prestar mais atenção a elas", disse Lou.

Apesar de prometer uma política fiscal "ativa", é improvável que a China mergulhe em uma nova rodada de enorme despesa do Estado, uma vez que ainda tem de enfrentar uma montanha de dívida de governos locais decorrente de um programa de estímulo de 4 trilhões de iuanes lançado em 2009.

Na verdade, governos locais tomaram emprestado mais de 3 trilhões de dólares nos últimos anos para custear projetos de infraestrutura.

A maior parte desses empréstimos deverá ser paga ​​entre 2015 e 2017, esvaziando ainda mais os cofres públicos num momento em que o crescimento da receita fiscal também está caindo.

Lou disse nesta sexta-feira que os governos locais terão de pagar mais de 100 bilhões de iuanes em dívidas este ano.

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Pequim - A China vai buscar uma política fiscal expansionista este ano para evitar a estagnação da economia, disse nesta sexta-feira o ministro das Finanças, Lou Jiwei, que também garantiu aos investidores que as autoridades estão de olho em governos locais altamente endividados.

Indagado sobre como a China vai compatibilizar seus crescentes níveis de endividamento com uma economia que perde vigor, Lou disse que o país tem de equilibrar a necessidade de reduzir o déficit fiscal sem empurrar a economia para um "precipício".

Para enfatizar a importância dos gastos do Estado, o ministro afirmou que o déficit orçamentário real da China deve ficar em 2,7 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2015, depois de contabilizar 112,4 bilhões de iuanes (18 bilhões de dólares) que se destinavam a orçamentos anteriores, mas ainda não foram gastos.

Na abertura da reunião anual do Congresso Nacional do Povo, o Parlamento do país, na quinta-feira, a China anunciou a previsão de déficit fiscal de 2,3 por cento do PIB em 2015, ou 1,62 trilhão de iuanes (258,61 bilhões de dólares).

Um déficit fiscal de 2,7 por cento, em comparação com o déficit de 2,1 por cento do ano passado, seria o maior do país desde 2009, quando o governo chinês adotou medidas de estímulo à economia para combater a crise financeira global e, com isso, a China contabilizou um déficit de 2,8 por cento.

"Para suportar a pressão de baixa, temos de adotar adequadamente uma política fiscal expansionista", disse Lou a repórteres, em uma entrevista anual à imprensa.

"Temos de reduzir o déficit de forma constante, mas, ao mesmo tempo, impedindo que a economia caia em um precipício."

Ele afirmou que a China está pressionada por uma fraca recuperação da economia mundial e restrições internas, que incluem a necessidade de reduzir os níveis de endividamento de forma gradual.

"A proporção da dívida em algumas áreas é muito alta, e nós vamos prestar mais atenção a elas", disse Lou.

Apesar de prometer uma política fiscal "ativa", é improvável que a China mergulhe em uma nova rodada de enorme despesa do Estado, uma vez que ainda tem de enfrentar uma montanha de dívida de governos locais decorrente de um programa de estímulo de 4 trilhões de iuanes lançado em 2009.

Na verdade, governos locais tomaram emprestado mais de 3 trilhões de dólares nos últimos anos para custear projetos de infraestrutura.

A maior parte desses empréstimos deverá ser paga ​​entre 2015 e 2017, esvaziando ainda mais os cofres públicos num momento em que o crescimento da receita fiscal também está caindo.

Lou disse nesta sexta-feira que os governos locais terão de pagar mais de 100 bilhões de iuanes em dívidas este ano.

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