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China diz que EUA não devem levar a América Latina para guerra comercial

Potencial guerra comercial entre as duas principais economias do mundo poderia aumentar as exportações da região, alertou o embaixador da China

Guerras comerciais: embaixador da China no Peru alertou na quarta-feira que seria desrespeitoso para os Estados Unidos arrastar a América Latina para a sua disputa comercial com Pequim (Damir Sagolj/Reuters)
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Reuters

Publicado em 12 de abril de 2018 às 11h03.

Lima - O embaixador da China no Peru alertou na quarta-feira que seria desrespeitoso para os Estados Unidos arrastar a América Latina para a sua disputa comercial com Pequim, mas disse à Reuters que uma potencial guerra comercial entre as duas principais economias do mundo poderia aumentar as exportações da região.

Falando na véspera da Cúpula das Américas que levará líderes de todo o hemisfério ocidental ao Peru nesta semana, o embaixador Jia Guide minimizou relatos de que os EUA planejam usar o evento para instar os líderes latino-americanos a trabalhar com Washington e não com Pequim sobre o comércio.

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Fazer isso mostraria "desprezo não apenas pela China, mas também pela América Latina", disse Jia em uma entrevista, citando a história do colonialismo na América Latina.

Antes de a Casa Branca anunciar na terça-feira que o presidente dos EUA, Donald Trump, decidiu não comparecer à cúpula para se concentrar na Síria, uma autoridade dos EUA disse a jornalistas que ele planejava argumentar que os Estados Unidos deveriam "continuar sendo o parceiro preferido" dos países latino-americanos.

Os comentários levantaram a perspectiva de que a disputa comercial entre os Estados Unidos e a China, que abalou os mercados na semana passada, possa transbordar para a América Latina, uma região rica em recursos onde Pequim fez incursões significativas.

O senador norte-americano Marco Rubio, influente republicano em assuntos latino-americanos que estará na cúpula com o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, disse que quer que os EUA deixem claro que o envolvimento da China na região é inaceitável.

Jia disse que "as ações falam mais alto do que palavras. Ele apontou para o comércio chinês com a América Latina que, segundo ele, subiu 18,8 por cento, para quase 260 bilhões de dólares, somente no ano passado.

Mas Jia negou que a China tenha qualquer intenção de se intrometer nos assuntos latino-americanos, que, segundo ele, só correriam o risco de prejudicar seus laços com a região.

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