Economia

Cesta básica sobe em todas as 20 capitais pesquisadas em janeiro

Segundo o Dieese, as altas mais expressivas foram verificadas em João Pessoa (11,91%), Brasília (9,67%), Natal (8,85%), Vitória (8,45%) e Recife (7,32%)

Cesta básica: no acumulado em 12 meses, 14 cidades registraram redução dos preços do conjunto de alimentos essenciais (Jorge Araújo/Folha Imagem/Folha de S.Paulo)

Cesta básica: no acumulado em 12 meses, 14 cidades registraram redução dos preços do conjunto de alimentos essenciais (Jorge Araújo/Folha Imagem/Folha de S.Paulo)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de fevereiro de 2018 às 13h50.

São Paulo - O custo da cesta básica de alimentos aumentou nas 20 capitais analisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em sua pesquisa mensal.

Segundo a instituição, as altas mais expressivas foram verificadas em João Pessoa (11,91%), Brasília (9,67%), Natal (8,85%), Vitória (8,45%) e Recife (7,32%).

Já as menores de variações foram apuradas em Goiânia (0,42%) e Manaus (2,59%). Até dezembro, o Dieese calculava também o preço da cesta em Maceió, mas a cidade não é mais considerada no levantamento.

Em termos de valores, a cesta mais cara foi a de Porto Alegre (R$ 446,69), seguida do Rio de Janeiro (R$ 443,81) e São Paulo (R$ 439,20), enquanto as mais baratas foram as de Salvador (R$ 333,98) e Aracaju (R$ 349,97).

No acumulado em 12 meses, 14 cidades registraram redução dos preços do conjunto de alimentos essenciais, com quedas maiores em Manaus (-9,93%), Belém (-9,70%) e Salvador (-7,16%). Nas seis cidades em que houve aumento, os destaques foram Natal (3,11%) e Recife (2,90%).

Alimentos

Segundo a pesquisa, nos últimos 12 meses finalizados em janeiro, o tomate, a banana e a batata tiveram predominância de alta no Centro-Sul do País. Já feijão, açúcar e leite tiveram redução média de preço na maior parte das cidades.

No primeiro mês de 2018, o tomate também foi destaque de alta em todas as capitais. As variações oscilaram entre 6,94%, em Goiânia, e 94,03%, em João Pessoa.

"A menor oferta devido à redução da área plantada e às chuvas, que influenciaram na qualidade do fruto, foram os fatores que explicaram a alta no varejo", disse o Dieese.

A banana, por sua vez, aumentou em 19 capitais e a exceção foi Aracaju (-6,63%). A pesquisa coleta os tipos prata e nanica e faz uma média ponderada dos preços. Os maiores aumentos foram registrados em João Pessoa (25,57%) e Rio de Janeiro (15,50%).

Das 20 capitais onde se realiza a pesquisa, houve queda mensal no preço do feijão em 19, com a exceção de João Pessoa, onde o tipo carioquinha subiu 0,21%. "O mercado esteve bem abastecido e a demanda seguiu fraca, de forma que o preço do grão carioca diminuiu. No caso do feijão preto, o volume ofertado foi superior à demanda, apesar das chuvas que atrapalharam a colheita."

Já o açúcar teve queda de preços em 16 cidades em janeiro, permaneceu estável em São Paulo e aumentou em Cuiabá (2,59%), Salvador (1,36%) e Curitiba (0,83%). As quedas que merecem destaque foram observadas em Aracaju (-6,69%), São Luís (-6,11%), Belo Horizonte (-4,79%) e Vitória (-4,35%).

Salário mínimo

De acordo com Dieese, utilizando como base o valor da cesta em Porto Alegre, que foi a mais cara em janeiro, o montante do salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.752,65, ou 3,93 vezes o valor estabelecido para 2018, de R$ 954.

Em dezembro, essa correlação era de 3,83 vezes, uma vez que o salário mínimo era de R$ 937 e o piso mínimo correspondeu a R$ 3.585,05. Já em janeiro de 2017, a relação era de 4,07 vezes, com o piso de R$ 3.811,29.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, a pesquisa mostra que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em janeiro, 44,21% do vencimento para adquirir os mesmos produtos que, em dezembro de 2017, ainda com o valor antigo do salário mínimo, demandavam 42,52% e em janeiro do mesmo ano, 45,36%.

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