Economia

Casa de análise Levante planeja fazer IPO em 2020

Aposta é de que o juro baixo deve levar milhões de novos interessados por investimentos alternativos à poupança

Tese dos sócios da Levante é de que recursos hoje aplicados na poupança e em produtos mais conhecidos de renda fixa, devem migrar para produtos mais complexos. (Leonardo Benassatto/Reuters)

Tese dos sócios da Levante é de que recursos hoje aplicados na poupança e em produtos mais conhecidos de renda fixa, devem migrar para produtos mais complexos. (Leonardo Benassatto/Reuters)

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Reuters

Publicado em 30 de outubro de 2019 às 09h32.

Última atualização em 30 de outubro de 2019 às 09h34.

A casa de análise de investimentos e de educação financeira Levante pretende abrir o capital no primeiro semestre de 2020 no Bovespa Mais, segmento de acesso da B3, numa aposta de que o juro baixo no país deve levar milhões de novos interessados por investimentos alternativos à poupança nos próximos anos.

"Já cumprimos praticamente todas as regras exigidas para obter a listagem na bolsa", disse à Reuters o estrategista-chefe e co-fundador da Levante, Rafael Bevilacqua. "Já estamos conversando com bancos", acrescentou, sem revelar nomes das instituições financeiras.

Criada em março de 2018, a empresa, hoje com cerca de 40 funcionários, vende relatórios com análises de investimentos em ativos como ações, fundos imobiliários e títulos públicos, como do Tesouro Direto. Seus pacotes envolvem planos anuais que vão de cerca de 260 reais a 11 mil reais.

Além disso, a companhia tem cerca de 240 mil assinantes gratuitos. A empresa estima que esse número mais que dobrará nos próximos seis meses. A receita também é composta pela prestação de serviços de educação financeira.

Os sócios não revelam a base atual de clientes pagantes, mas prevê fechar 2019 com receita de 10 milhões de reais e que esse número deve triplicar no ano que vem, alcançando cerca de 230 milhões até 2024.

A tese dos sócios da Levante é de que recursos hoje aplicados na poupança e em produtos mais conhecidos de renda fixa, como fundo DI e CDBs, que têm como referência a Selic, hoje no piso histórico de 5,5% ao ano, devem migrar nos próximos anos para produtos de investimento mais complexos.

Estimativas de mercado calculam que hoje cerca de 1% da população, ou 2,5 milhões de brasileiros, invistam em ações, mesmo com essa base tendo crescido cinco vezes nos últimos três anos.

"A expectativa da Levante é que esse número atinja 2,5% (da população) até 2025", afirma Felipe Bevilacqua, irmão de Rafael e também co-fundador do negócio. "Além da demanda de mercado por informação ser crescente, o uso de tecnologia que permite a escalabilidade do modelo."

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