Economia

Caixa renegociará carteira de crédito inadimplente

O banco não vendeu nenhuma carteira de crédito desde o segundo trimestre de 2016 por exigência do TCU

Gilberto Occhi: o presidente da Caixa deu a entender que o banco vai buscar a eficiência de sua operações e tentar evitar um aporte do Tesouro independente de receitas que viriam por meio de outras fontes (Agência Brasil/Wilson Dias/Agência Brasil)

Gilberto Occhi: o presidente da Caixa deu a entender que o banco vai buscar a eficiência de sua operações e tentar evitar um aporte do Tesouro independente de receitas que viriam por meio de outras fontes (Agência Brasil/Wilson Dias/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de março de 2017 às 18h48.

São Paulo - O presidente da Caixa, Gilberto Occhi, disse nesta terça-feira, 28, que as conversas com o Tribunal de Contas da União (TCU) prosseguem em relação à venda de uma carteira de crédito inadimplente, mas que, independente disso, o banco irá trabalhar nas renegociações e na recuperação de créditos.

"Estamos reforçando as áreas de recuperação e renegociação de crédito para fortemente tentarmos recuperar parte dessa carteira", afirmou durante coletiva com jornalistas em São Paulo, para explicar o balanço de 2016.

Occhi, ao longo da apresentação, deu a entender que o banco vai buscar a eficiência de sua operações e tentar evitar um aporte do Tesouro independente de receitas que viriam por meio de outras fontes, como a venda de carteira e venda de ativos.

Havia expectativa de que houvesse um parecer do TCU sobre a venda de carteiras inadimplentes no terceiro trimestre do ano passado.

A Caixa não vendeu nenhuma carteira de crédito desde o segundo trimestre de 2016, uma vez que o TCU exigiu que o banco suspendesse a venda de carteiras de "créditos podres" por encontrar indícios de ilegalidade nas operações efetuadas nos últimos dois anos, quando o banco estatal passou a adotar a prática para limpar o balanço.

Cartões e seguridade

Occhi também afirmou que o banco irá fortalecer as operações da área de cartões e de seguridade, assim como manterá a sua loteria instantânea (Lotex).

Ele acredita que o banco pode atingir os objetivos de melhoria de seus resultados por meio dessas receitas e também diante do fato de que as condições de mercado não estão suficientemente favoráveis para a venda da Lotex nesse momento ou para uma oferta pública de ações (IPO) da Caixa Seguridade.

Em cartões, disse, todos os bancos já têm essa operação apartada, em uma empresa em separado, e a Caixa era a única que mantinha a atividade de meio de pagamentos dentro da estrutura do banco.

Occhi afirmou que a E&Y foi contratada para realizar os estudos sobre a empresa de cartões e que não há data ainda para o lançamento da nova empresa.

O presidente da Caixa mencionou ainda que o Habitar é uma empresa já criada e autorizada, mas ainda pré-operacional.

"Estamos finalizando os estudos para colocá-la em operação para melhorar o funcionamento do credito imobiliário no Brasil", disse.

Em resposta a pergunta de jornalistas sobre as perspectivas para a rentabilidade do banco, o vice-presidente de Finanças e Controladoria, Arno Meyer, afirmou que não é possível estabelecer uma meta, mas que "o nome do jogo é aumentar a rentabilidade", após uma longa fase de expansão que consumiu capital regulatório.

"Não fixamos uma meta, mas espero que daqui um ano, seja significativamente melhore, disse.

Meyer também mencionou que dada a restrição regulatória de Basileia, o banco enfrenta restrição de capital para crescer o crédito no mesmo ritmo que vinha acontecendo.

Portanto, afirmou, as receitas com prestação de serviços tendem a crescer mais este ano do que com crédito.

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