Brasil tem déficit recorde em transações correntes em 2013
Brasil registrou déficit em transações correntes de 8,678 bilhões de dólares em dezembro
Da Redação
Publicado em 24 de janeiro de 2014 às 13h19.
Brasília - O Brasil registrou déficit em transações correntes recorde de 81,374 bilhões de dólares em 2013, com o rombo não sendo financiado pelos Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) pela primeira vez desde 2001, deixando evidente a deterioração das contas externas do país e o risco de mais pressão sobre a taxa de câmbio.
Só em dezembro, segundo informou o Banco Central (BC)nesta sexta-feira, o país registrou saldo negativo de 8,678 bilhões de dólares na conta corrente, resultado pior do que esperavam economistas consultados pela Reuters, que previam saldo negativo de 6,8 bilhões de dólares.
No acumulando no ano, o rombo recorde atingiu 3,66 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), maior percentual desde 2001, afetado pelo mau desempenho da balança comercial, entre outros fatores.
O forte saldo negativo da conta corrente do país não foi financiado pelo IED pela primeira vez em 12 anos. Os investimentos produtivos vindos de fora ficaram em 6,490 bilhões de dólares no mês passado, somando 64,045 bilhões de dólares em 2013.
"O que veremos é que a dificuldade de financiamento das transações correntes deverá pressionar a taxa de câmbio", avaliou o economista da Rosenberg Associados, Rafael Bistafa.
Balança e remessas
O mau desempenho nas transações correntes --que abrangem a importação e a exportação de bens e serviços e as transações unilaterais do Brasil com o exterior-- veio sobretudo do fraco resultado da balança comercial que, em 2013, registrou superávit de 2,558 bilhões de dólares, muito aquém dos 19 bilhões de dólares vistos em 2012.
"O crescimento (do déficit em transações correntes) em comparação a 2012 se deve à redução do superávit comercial", afirmou o chefe-adjunto do departamento Econômico do BC, Fernando Rocha, que espera recuperação para 2014 por conta melhor expectativa de crescimento mundial.
Também pesaram as remessas de lucros e dividendos, que somaram 4,829 bilhões de dólares em dezembro, fechando o ano passado em 26,045 bilhões de dólares. A cifra é quase 10 por cento maior do que a vista em 2012.
O BC informou ainda que os gastos líquidos de brasileiros no exterior com viagens atingiram 1,638 bilhão de dólares em dezembro e 18,632 bilhões de dólares em 2013, quase 20 por cento a mais do que um ano antes.
O cenário de deterioração para o balanço de pagamentos deve continuar em 2014, com avaliações cada vez mais críticas sobre a política econômica do país por parte dos agentes econômicos.
O BC projeta déficit em conta corrente de 78 bilhões de dólares no próximo ano, ao mesmo tempo em que espera que o IED fique em 63 bilhões de dólares.
Essa situação de déficit elevado e não integralmente financiado pelos investimentos produtivos deverá, também na visão do economista-chefe da INVX Global Partners, Eduardo Velho, exigir um ajuste na taxa de câmbio e contribuir para manter os juros em nível elevado.
"Pode haver uma subida mais forte da taxa do dólar para entre 2,50 e 2,60 reais... Essa situação vai gerar volatilidade na curva de juros futuros exigindo medidas por parte do governo", afirmou ele.
Só no ano passado, o dólar registrou valorização de 15 por cento ante o real e, neste momento, é negociado na casa de 2,40 reais.
O quadro de déficit alto não apresenta trégua. Para janeiro o BC projeta déficit em transações correntes de 11 bilhões de dólares e IED de 4 bilhões de dólares.
Atualizado às 14h18
Brasília - O Brasil registrou déficit em transações correntes recorde de 81,374 bilhões de dólares em 2013, com o rombo não sendo financiado pelos Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) pela primeira vez desde 2001, deixando evidente a deterioração das contas externas do país e o risco de mais pressão sobre a taxa de câmbio.
Só em dezembro, segundo informou o Banco Central (BC)nesta sexta-feira, o país registrou saldo negativo de 8,678 bilhões de dólares na conta corrente, resultado pior do que esperavam economistas consultados pela Reuters, que previam saldo negativo de 6,8 bilhões de dólares.
No acumulando no ano, o rombo recorde atingiu 3,66 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), maior percentual desde 2001, afetado pelo mau desempenho da balança comercial, entre outros fatores.
O forte saldo negativo da conta corrente do país não foi financiado pelo IED pela primeira vez em 12 anos. Os investimentos produtivos vindos de fora ficaram em 6,490 bilhões de dólares no mês passado, somando 64,045 bilhões de dólares em 2013.
"O que veremos é que a dificuldade de financiamento das transações correntes deverá pressionar a taxa de câmbio", avaliou o economista da Rosenberg Associados, Rafael Bistafa.
Balança e remessas
O mau desempenho nas transações correntes --que abrangem a importação e a exportação de bens e serviços e as transações unilaterais do Brasil com o exterior-- veio sobretudo do fraco resultado da balança comercial que, em 2013, registrou superávit de 2,558 bilhões de dólares, muito aquém dos 19 bilhões de dólares vistos em 2012.
"O crescimento (do déficit em transações correntes) em comparação a 2012 se deve à redução do superávit comercial", afirmou o chefe-adjunto do departamento Econômico do BC, Fernando Rocha, que espera recuperação para 2014 por conta melhor expectativa de crescimento mundial.
Também pesaram as remessas de lucros e dividendos, que somaram 4,829 bilhões de dólares em dezembro, fechando o ano passado em 26,045 bilhões de dólares. A cifra é quase 10 por cento maior do que a vista em 2012.
O BC informou ainda que os gastos líquidos de brasileiros no exterior com viagens atingiram 1,638 bilhão de dólares em dezembro e 18,632 bilhões de dólares em 2013, quase 20 por cento a mais do que um ano antes.
O cenário de deterioração para o balanço de pagamentos deve continuar em 2014, com avaliações cada vez mais críticas sobre a política econômica do país por parte dos agentes econômicos.
O BC projeta déficit em conta corrente de 78 bilhões de dólares no próximo ano, ao mesmo tempo em que espera que o IED fique em 63 bilhões de dólares.
Essa situação de déficit elevado e não integralmente financiado pelos investimentos produtivos deverá, também na visão do economista-chefe da INVX Global Partners, Eduardo Velho, exigir um ajuste na taxa de câmbio e contribuir para manter os juros em nível elevado.
"Pode haver uma subida mais forte da taxa do dólar para entre 2,50 e 2,60 reais... Essa situação vai gerar volatilidade na curva de juros futuros exigindo medidas por parte do governo", afirmou ele.
Só no ano passado, o dólar registrou valorização de 15 por cento ante o real e, neste momento, é negociado na casa de 2,40 reais.
O quadro de déficit alto não apresenta trégua. Para janeiro o BC projeta déficit em transações correntes de 11 bilhões de dólares e IED de 4 bilhões de dólares.
Atualizado às 14h18