Economia

Brasil tem déficit primário de R$ 30,73 bilhões, o pior para maio

Em maio, a dívida pública bruta ficou em 72,5 por cento do PIB e a dívida líquida, em 48,1 por cento do PIB

Déficit primário: em 12 meses, saldo negativo equivalente a 2,47 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) (Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Agência Brasil)

Déficit primário: em 12 meses, saldo negativo equivalente a 2,47 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) (Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Agência Brasil)

R

Reuters

Publicado em 30 de junho de 2017 às 10h49.

Última atualização em 30 de junho de 2017 às 11h18.

Brasília - O setor público consolidado brasileiro registrou déficit primário de 30,736 bilhões de reais em maio, recorde para o mês, em meio ao contínuo descompasso entre receitas em queda e despesas em alta e que coloca em xeque o cumprimento da meta fiscal deste ano.

Em pesquisa Reuters com analistas, a expectativa para maio era de rombo primário de 21,05 bilhões de reais. O resultado foi o pior para o mês desde o início da série do Banco Central em dezembro de 2001.

O BC informou nesta sexta-feira que o governo central (governo federal, BC e INSS) registraram déficit primário de 32,106 bilhões de reais no mês passado, enquanto os governos regionais (Estados e municípios) tiveram superávit primário de 894 milhões de reais.

No período, as empresas estatais também conseguiram fazer economia para pagamento de dívidas, com saldo positivo de 475 milhões de reais.

Na véspera, o Tesouro Nacional já havia divulgado déficit recorde para o governo central, pressionado principalmente pelo forte aumento das despesas.

O governo, que enfrenta forte crise política, tem tentado garantir o andamento da reforma da Previdência no Congresso Nacional, a fim de colocar as contas públicas do país em ordem.

Meta ameaçada

No acumulado em 12 meses até maio, segundo o BC, o déficit primário do setor público somou 157,707 bilhões de reais, ou 2,47 por cento do PIB, acima da meta oficial de déficit de 143,1 bilhões de reais para 2017.

O objetivo inclui rombo de 139 bilhões de reais do governo central, de 3 bilhões de estatais federais e de 1,1 bilhão de reais de Estados e municípios.

Membros da equipe econômica vêm ressaltando o compromisso com o cumprimento da meta, que representará o quarto resultado negativo consecutivo do país, já sinalizando que aumento de impostos está sendo analisado.

Como o governo não tem conseguido economizar para pagar os juros da dívida pública, o país segue se endividando para arcar com seus compromissos.

Em maio, ainda segundo o BC, a dívida bruta foi ao patamar recorde de 72,5 por cento do PIB, contra 71,3 por cento em abril. Já a dívida líquida atingiu 48,1 por cento, acima de 47,4 por cento do mês anterior. A expectativa em pesquisa Reuters era de que ficasse em48 por cento do PIB.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralContaseconomia-brasileiraPIB do Brasil

Mais de Economia

Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar

Amazon, Huawei, Samsung: quais são as 10 empresas que mais investem em política industrial no mundo?

Economia de baixa altitude: China lidera com inovação