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Brasil precisa decidir se será a Coréia do Sul ou a Argentina

"O FMI adotou uma postura técnica positiva, que poderia servir de lição às agências de rating, que tem preferido analisar o país com base nos riscos eleitorais, temendo o que pode acontecer com a economia brasileira a partir de 2003 e ajustando-se à ansiedade do mercado, antes de fazer as considerações técnicas cabíveis", afirma o […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h46.

"O FMI adotou uma postura técnica positiva, que poderia servir de lição às agências de rating, que tem preferido analisar o país com base nos

riscos eleitorais, temendo o que pode acontecer com a economia brasileira a partir de 2003 e ajustando-se à ansiedade do mercado, antes de fazer as considerações técnicas cabíveis", afirma o Lloyds TSB em seu relatório semanal sobre a conjuntura da América Latina (leia ao lado o relatório completo).

O Lloyds TSB acredita que esse é o momento certo para o Brasil definir sua posição no futuro. "Um bom acordo com o FMI pode ajudar o país, ou não, no médio e longo prazos. Os casos extremos ficam por conta da Coréia do Sul, por um lado, que aproveitou bem o acordo às vésperas das eleições em 1997 e, por outro, da Argentina que entrou em profunda crise mesmos fazendo sucessivos acordos com o Fundo", afirma o banco em seu relatório.

Para o economista Odair Abate, responsável pela análise da área brasileira, depois do acordo com o FMI, deveremos ter mais três marcos importantes antes de verificar se o país passará a ter maiores chances de crescer de forma sustentada:

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  • "definição do futuro presidente no final de outubro;
  • formação da equipe ministerial, especialmente o time da área econômica, ao longo de novembro e dezembro, que pode dar maior ou menos tranquilidade ao mercado;
  • posse do futuro governo, observando sua relação com o Congresso Nacional e iniciativa em relação às promessas de campanha. Entre um e dois trimestres devem ser necessários para o mercado perceber se atuação do futuro governo vai ao encontro do que lhe parece adequado ou não. Portanto, serão necessários mais seis a nove meses para que as inquietações originadas pelo calendário eleitoral possam começar a se dissipar mais intensamente."

    O banco avalia que o acordo com o FMI pode levar a uma redução da taxa básica de juros pelo Copom neste mês, refletindo no aumento da produtividade da indústria. "Mas insuficientes para gerar um aquecimento econômico que leve o PIB a crescer mais do que 1,8% a 2% este ano."

  • Do lado político, o banco acredita que as eleições e as incertezas no ambiente econômico internacional (especialmente nas bolsas dos EUA), devem deixar o mercado volátil e ansioso em alguns momentos. "No entanto, movimentos de histeria como vimos na semana passada não devem se repetir."

    O relatório comenta ainda a visita do secretário dos EUA à Argentina, o superávit do México, as eleições na Colômbia, a missão do FMI no Equador, os indicadores do Chile e a crise financeira do Uruguai.

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