Economia

Brasil pode crescer menos do que o previsto em 2018, admite Padilha

Ministro da Casa Civil diz que atual cenário econômico sugere alta do PIB próxima de 2,5% neste ano, e não de 3%, como era a expectativa inicial do governo

Eliseu Padilha: declaração cautelosa do ministro foi dada um dia após Copom manter taxa Selic em 6,5% (Antônio Cruz/Agência Brasil)

Eliseu Padilha: declaração cautelosa do ministro foi dada um dia após Copom manter taxa Selic em 6,5% (Antônio Cruz/Agência Brasil)

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AFP

Publicado em 17 de maio de 2018 às 17h29.

O governo brasileiro prevê um crescimento mais próximo de 2,5% para este ano, em vez dos 3% de suas projeções do começo de 2018, admitiu nesta quinta-feira (17) o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, após a publicação de dados econômicos que esfriam as expectativas.

"Se a análise fosse feita hoje, teríamos uma tendência a que estivesse mais na dimensão do 2,5%", disse Padilha em teleconferência.

As projeções do mercado caíram de 2,90% no começo de março para 2,51% na última pesquisa Focus realizada semanalmente pelo Banco Central (BC).

Apesar da desaceleração e da baixa inflação, o Comitê de Política Monetária do BC (Copom) optou nesta quarta-feira por manter inalterada sua taxa básica de juros, a Selic, em 6,5%. O mercado esperava um corte de 0,25 ponto.

O BC alegou a volatilidade do cenário externo, que acarretou na desvalorização de cerca de 10% sofrida pelo real em relação ao dólar neste ano, e incertezas sobre a continuidade dos ajustes fiscais após as eleições de outubro.

A medida foi mal recebida pelos mercados.

A Bovespa operava com queda de 1,73% no começo desta tarde, e o real, depois de abrir estável, a 3,66 por dólar, voltou a cair e chegou a 3,71, seu nível mais baixo em dois anos.

"Os investidores da Bolsa estavam considerando que (a Selic) cairia a 6,25% (...), então agora estão revendo suas expectativas e revendo seu apetite ao risco", explicou à AFP o economista Mauro Rochlin, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro.

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