Economia

Brasil perdeu 382,5 mil empresas em 5 anos de saldos negativos, diz IBGE

Atividade de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas teve o maior saldo negativo de empresas no ano

Portas fechadas: em cinco anos de dificuldades e fechamentos de empreendimentos, 2,9 milhões de trabalhadores perderam seus postos de trabalho (Amanda Perobelli/Reuters)

Portas fechadas: em cinco anos de dificuldades e fechamentos de empreendimentos, 2,9 milhões de trabalhadores perderam seus postos de trabalho (Amanda Perobelli/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de outubro de 2020 às 11h20.

Última atualização em 22 de outubro de 2020 às 11h22.

Dois anos após a recessão econômica de 2014 a 2016, as empresas permaneceram fechando as portas no País. No ano de 2018, 65,9 mil empreendimentos encerraram suas atividades. O resultado representa uma piora em relação a 2017, quando houve fechamento de 22,9 mil empresas.

Em cinco anos de saldos negativos consecutivos, o Brasil já perdeu 382,5 mil empresas. Os dados são do levantamento Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo 2018 e foram divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A extinção de empresas afeta também o total de empregados. Em cinco anos de dificuldades e fechamentos de empreendimentos, 2,9 milhões de trabalhadores perderam seus postos de trabalho. No ano de 2018, porém, houve aumento de 0,9% no pessoal ocupado total em relação a 2017, mais 335,3 mil pessoas.

O Cadastro Central de Empresas (Cempre) somava 4,4 milhões de companhias ativas em 2018, com idade média de 11,6 anos. Essas empresas ocupavam 38,7 milhões de pessoas, sendo 32,3 milhões (83,5%) como assalariadas e 6,4 milhões (16,5%) de sócios ou proprietários. A massa salarial paga por essas entidades totalizou R$ 1,1 trilhão, com um salário médio mensal de 2,7 salários mínimos, o equivalente a R$ 2.559,66.

A atividade de Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas teve o maior saldo negativo de empresas no ano: -88 7 mil. Já o setor de Saúde humana e serviços sociais registrou o saldo mais positivo: 23,8 mil companhias a mais.

Em 2018, taxa de sobrevivência das empresas foi de 84,1%: de um total de 4,4 milhões de empresas ativas em 2017, cerca de 3,7 milhões permaneceram ativas em 2018. A taxa de saída foi de 17 4%, superando a taxa de entrada de 15,9%.

As maiores taxas de entrada ocorreram no Amazonas (22,1%), Maranhão (20,5%) e Amapá (20,4%), enquanto as menores foram as do Rio Grande do Sul (13,3%), Santa Catarina (14,1%) e Minas Gerais (14,9%).

As taxas de saída mais elevadas foram as do Amazonas (21,6%), Pará (20,8%) e Distrito Federal (20,7%), e as menores taxas ocorreram em Santa Catarina (13,4%), Rio Grande do Sul (15,5%), Paraná (15,9%) e Piauí (15,9%).

O IBGE informou ainda que houve um aumento de 11,9% no número de empresas empreendedoras em 2018, totalizando 22.732 companhias, interrompendo cinco anos seguidos de quedas.

As empresas de alto crescimento, chamadas de empreendedoras, são aquelas com pelo menos 10 empregados assalariados que aumentaram as contratações acima de 20% ao ano por três anos.

Apesar da melhora em 2018, o número de empresas de alto crescimento no ano foi o terceiro menor da série. No início da série, em 2008, havia 30.954 empresas de alto crescimento. O melhor desempenho foi em 2012, com 35.206 empresas, e o menor, em 2017, com 20.306.

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