O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, comunicou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, pela primeira vez em 10 anos, o Brasil obteve saldo trimestral positivo nas transações correntes entre o país e o exterior. A informação foi divulgada pelo porta-voz da Previdência da República, André Singer. Os números serão, segundo Singer, divulgados nesta quinta-feira pelo Banco Central (BC).

Pela série história do BC, a última vez que o Brasil registrou saldo positivo em transações correntes em um primeiro trimestre foi em 1994, antes do Plano Real e da fixação da paridade entre o dólar e a moeda brasileira há nove e não há 10 anos, como divulgou o governo. Naquele ano, o Brasil teve saldo positivo de transações correntes de 332,3 milhões de dólares no primeiro trimestre. Desde então, a conta de transações correntes entrou no vermelho. No primeiro trimestre de 2002 chegou registrar resultado negativo de 6,7 bilhões de dólares.

Nos dois primeiros meses de 2003, o saldo de transações correntes está negativo em 41 milhões de dólares. Um resultado bem diferente do saldo negativo de 2,2 bilhões de dólares registrado nos meses de janeiro e fevereiro do ano passado. Em 2002, o saldo negativo em transações correntes fechou em 7,8 bilhões de dólares.

A chamada conta de transações correntes é um dos itens do balanço de pagamentos do governo e registra parte das transações entre o Brasil e o resto do mundo. É considerado o item mais importante do balanço de pagamentos porque seus resultados refletem a capacidade do país de formar renda nacional. Quando fica positiva, indica que o país reduziu sua necessidade de capital internacional e pode formar reservas para investir. As transações correntes incluem os resultados da balança comercial (exportações e importações), da balança de serviços (onde se registram o resultados com o turismo, o pagamento de juros de dívidas e remessas de lucros), além das chamadas transferências unilaterais (remessas e doações entre residentes e não-residentes e representações do governo, por exemplo).