Brasil está entre emergentes com risco de crise bancária
O crescimento do crédito na China, no Brasil e na Turquia não somente implica o risco de provocar uma ressaca de inadimplência, segundo o BIS
Da Redação
Publicado em 14 de setembro de 2015 às 17h27.
O crescimento do crédito na China, no Brasil e na Turquia não somente implica o risco de provocar uma ressaca de inadimplência – ele também indica que há uma crise bancária no horizonte, de acordo com o Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês).
A proporção entre o crédito e o PIB, uma medida de quanto de crédito do setor privado se desviou de sua tendência de longo prazo, é de 25,4 por cento na China, disse o BIS em um relatório no domingo.
Essa é a maior proporção entre todas as grandes economias e se compara com 16,6 por cento na Turquia e 15,7 por cento no Brasil.
“Os primeiros indicadores de alerta de estresse bancário apontaram para os riscos decorrentes de forte crescimento do crédito”, de acordo com o banco.
Historicamente, um país com uma taxa acima do limiar de 10 por cento tem dois terços de chance de que “graves tensões bancárias” ocorram dentro de três anos, disse o BIS.
Os maiores países em desenvolvimento do mundo se recuperaram rapidamente da crise financeira internacional de 2008, financiando a expansão com uma onda de empréstimos, e agora que o crescimento está diminuindo, os credores estão às voltas com uma quantidade cada vez maior de empréstimos de liquidação duvidosa.
A China desvalorizou inesperadamente o yuan no mês passado, o que sacudiu os mercados internacionais com a preocupação de que o desaquecimento da segunda maior economia do mundo estivesse se aprofundando.
Tensões bancárias
O risco na China decorre da onda recorde de empréstimos, de 17,6 trilhões de yuans (US$ 2,8 trilhões), desencadeada pelo ex-primeiro-ministro Wen Jiabao em 2009.
Os empréstimos improdutivos no país registraram no primeiro trimestre o maior crescimento desde que os dados passaram a estar disponíveis, em 2004, e chegaram a 982,5 bilhões de yuans. Esse é quase o tamanho da economia do Vietnã.
Assim como a China, a Indonésia, Cingapura e a Tailândia também têm uma proporção entre o crédito e o PIB superior a 10 por cento e, portanto, são vulneráveis às tensões bancárias, mostra o relatório do BIS.
Os maiores bancos do Brasil, que está atravessando a pior contração econômica em 25 anos, estão reforçando suas provisões para cobrir os empréstimos de liquidação duvidosa.
No mês passado, o Banco do Brasil SA, o maior banco da América Latina em termos de ativos, aumentou em 21 por cento a reserva de dinheiro destinada a empréstimos de liquidação duvidosa.
O banco estatal e o Banco Bradesco SA estavam entre as 13 empresas de serviços financeiros do Brasil cuja classificação internacional foi rebaixada pelo Standard Poor’s na semana passada, após a nota do país ter sido cortada para junk (grau especulativo).
“As proporções estimadas do pagamento de dívida também indicaram que os riscos vão continuar”, disse o BIS no relatório. Por exemplo, “famílias e empresas no Brasil, na China e na Turquia gastaram significativamente mais com o serviço de dívidas do que antigamente”.
O crescimento do crédito na China, no Brasil e na Turquia não somente implica o risco de provocar uma ressaca de inadimplência – ele também indica que há uma crise bancária no horizonte, de acordo com o Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês).
A proporção entre o crédito e o PIB, uma medida de quanto de crédito do setor privado se desviou de sua tendência de longo prazo, é de 25,4 por cento na China, disse o BIS em um relatório no domingo.
Essa é a maior proporção entre todas as grandes economias e se compara com 16,6 por cento na Turquia e 15,7 por cento no Brasil.
“Os primeiros indicadores de alerta de estresse bancário apontaram para os riscos decorrentes de forte crescimento do crédito”, de acordo com o banco.
Historicamente, um país com uma taxa acima do limiar de 10 por cento tem dois terços de chance de que “graves tensões bancárias” ocorram dentro de três anos, disse o BIS.
Os maiores países em desenvolvimento do mundo se recuperaram rapidamente da crise financeira internacional de 2008, financiando a expansão com uma onda de empréstimos, e agora que o crescimento está diminuindo, os credores estão às voltas com uma quantidade cada vez maior de empréstimos de liquidação duvidosa.
A China desvalorizou inesperadamente o yuan no mês passado, o que sacudiu os mercados internacionais com a preocupação de que o desaquecimento da segunda maior economia do mundo estivesse se aprofundando.
Tensões bancárias
O risco na China decorre da onda recorde de empréstimos, de 17,6 trilhões de yuans (US$ 2,8 trilhões), desencadeada pelo ex-primeiro-ministro Wen Jiabao em 2009.
Os empréstimos improdutivos no país registraram no primeiro trimestre o maior crescimento desde que os dados passaram a estar disponíveis, em 2004, e chegaram a 982,5 bilhões de yuans. Esse é quase o tamanho da economia do Vietnã.
Assim como a China, a Indonésia, Cingapura e a Tailândia também têm uma proporção entre o crédito e o PIB superior a 10 por cento e, portanto, são vulneráveis às tensões bancárias, mostra o relatório do BIS.
Os maiores bancos do Brasil, que está atravessando a pior contração econômica em 25 anos, estão reforçando suas provisões para cobrir os empréstimos de liquidação duvidosa.
No mês passado, o Banco do Brasil SA, o maior banco da América Latina em termos de ativos, aumentou em 21 por cento a reserva de dinheiro destinada a empréstimos de liquidação duvidosa.
O banco estatal e o Banco Bradesco SA estavam entre as 13 empresas de serviços financeiros do Brasil cuja classificação internacional foi rebaixada pelo Standard Poor’s na semana passada, após a nota do país ter sido cortada para junk (grau especulativo).
“As proporções estimadas do pagamento de dívida também indicaram que os riscos vão continuar”, disse o BIS no relatório. Por exemplo, “famílias e empresas no Brasil, na China e na Turquia gastaram significativamente mais com o serviço de dívidas do que antigamente”.