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BRASIL EM EXAME - País terá crescimento moderado em 2003, diz Mantega

Assessor econômico do PT acredita em recuperação da Argentina e aumento das exportações

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h26.

O economista Guido Mantega, assessor econômico do presidente eleito Luis Inácio Lula da Silva, disse há pouco que espera um crescimento moderado em 2003. Para ele, a economia brasileira deverá crescer algo entre 2% e 2,5% no ano que vem.

Esse crescimento, disse Mantega, será sustentado por uma leve melhoria do cenário internacional, baseado em dois fatores. O economista disse esperar uma recuperação da Argentina em 2003, o que poderá elevar as exportações brasileiras em três bilhões de dólares no ano que vem. Ele também citou uma estimativa do Fundo Monetário Internacional (FMI), de que os preços das commodities agrícolas deverão subir 4% no ano que vem. Esses dois movimentos deverão melhorar a balança comercial , disse Mantega.

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Para ele, a desestabilização do mercado financeiro provocada pela incerteza eleitoral começa a ser dissipada. Os investidores, especialmente os internacionais, agora começam a perceber claramente a diferença entre as dívidas públicas do Brasil e da Argentina , disse Mantega. Ficou claro para os investidores que a maior parte da dívida pública brasileira é emitida em reais e que o Tesouro tem caixa suficiente para honrar seus compromissos.

O economista não fez previsões sobre o comportamento do mercado e da demanda internas, dizendo apenas que espera um refluxo da inflação no ano que vem. Mantega comparou a situação de 2003 com a de 2000. Após uma forte aceleração da inflação em 1999, provocada pela mudança do regime cambial, os preços subiram mais devagar no ano 2000 e voltaram a patamares aceitáveis. É verdade que não dá para dizer que 2003 será igual a 2000, pois a conjuntura internacional é muito pior, mas podemos esperar que os preços vão subir mais devagar.

Mantega não fez comentários sobre as pressões para aumento do salário real e eventuais pressões por uma reindexação da economia, mas admitiu que um crescimento econômico vigoroso não é desejável, porque poderia elevar a inflação e comprometer o saldo da balança comercial. Para ele, o saldo da balança comercial, previsto para superar 12 bilhões de dólares este ano, é provocado principalmente pela retração das importações.

Essa retração tem duas causas: a diminuição do nível de atividade econômica e um processo de substituição de importações. Mantega disse que não é possível calcular o impacto de cada um desses fatores isoladamente. Acho que a retração das importações pode ser atribuída a ambos de maneira equilibrada. Por isso, um forte crescimento econômico reduziria o saldo da balança comercial e aumentaria a fragilidade externa.

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