Economia

Brasil deve perder grau de investimento, diz economista

Para economista-chefe da Votorantim Corretora, ministro da Fazenda precisa ser politicamente forte para que os agentes voltem a confiar nas decisões do governo


	Moedas: para economista, o ajuste da economia brasileira será lento e difícil
 (Rodrigo_Amorim/Creative Commons)

Moedas: para economista, o ajuste da economia brasileira será lento e difícil (Rodrigo_Amorim/Creative Commons)

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Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2014 às 14h46.

São Paulo - A indefinição para a nomeação do novo ministro da Fazenda mostra que o governo não está convencido do que precisa ser feito na política econômica durante o segundo mandato de Dilma Rousseff, afirmou Roberto Padovani, economista-chefe da Votorantim Corretora.

Em debate promovido pela Ordem dos Economistas, ele ressaltou que o ministro, independentemente de quem for, precisa ser politicamente forte para que os agentes voltem a confiar nas decisões do governo.

Num cenário de piora das contas públicas, e em meio a um "grau de deterioração da reputação e da credibilidade longo e profundo", o Brasil provavelmente vai perder o grau de investimento em algum momento do próximo ano, Padovani.

Para o economista, o ajuste da economia brasileira será lento e difícil, e a estabilização da relação dívida/Produto Interno Bruto (PIB) será uma tarefa de três a quatro anos.

"Para isso, precisa aumentar impostos e controlar os gastos do governo", afirmou, acrescentando que isso dificilmente será feito, até por causa de desequilíbrios gerados nos últimos anos, como a ampla desoneração fiscal, que anularia os possíveis efeitos de um aumento de imposto.

Uma alternativa, mas que Padovani não acredita que será adotada pelo governo, seria a criação de um comitê fora do ministério da Fazenda para definir metas para a economia.

"Independentemente de quem fosse ministro, ele teria um grau de comprometimento e transparência maior para os agentes confiarem em um ajuste de longo prazo", afirmou.

Na política monetária, a saída seria a autonomia do Banco Central, o que pelo discurso eleitoral também parece improvável.

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