Economia

Brasil deve entrar na OCDE em um ano, prevê Guedes

O ministro da Economia também afirmou que o governo pretende fazer um "road show" com o programa de investimentos e desestatizações

Ministro da Economia, Paulo Guedes, defende manutenção do SUS (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Ministro da Economia, Paulo Guedes, defende manutenção do SUS (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Isabela Rovaroto

Isabela Rovaroto

Publicado em 20 de outubro de 2020 às 11h37.

Última atualização em 20 de outubro de 2020 às 13h12.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira que o Brasil deve entrar na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em um ano, acrescentando que o país está agora atingindo dois terços dos requerimentos necessários para tanto.

Em participação online na Milken Institute Global Conference, o ministro avaliou que este é o momento de o governo fazer 'roadshows' para atrair investidores estrangeiros e, quanto aos riscos para o aporte de recursos no país, afirmou que o Ministério da Economia está trabalhando com o Banco Central num mecanismo para hedge cambial.

Ele apontou que outro risco importante para investidores estrangeiros sempre foi a regulação e afirmou que, por isso, o governo está modernizando os marcos regulatórios.

Guedes repetiu que a recessão brasileira de 2020 causa pela pandemia de covid-19 deve ser menor que a prevista nos primeiros meses da crise, quando analistas chegaram a prever um tombo de até 10% no Produto Interno Bruto (PIB).

"O PIB deve cair 4% ou 4% e pouco neste ano. Temos ainda dois meses para confirmarmos esse desempenho", afirmou Guedes

Despedido?

Guedes afirmou que esta é uma boa hora para vir para o Brasil, após ressaltar que não haverá abandono ao teto de gastos, que o governo segue engajado em sua agenda de modernização de marcos regulatórios e que irá criar um mecanismo de hedge cambial para investidores de longo prazo.

Dando sequência a participações recentes feitas em eventos para investidores, ele disse que o país está sendo mal interpretado quanto ao seu compromisso com o meio ambiente e com os indígenas.

"Eu não acho que serei despedido nos próximos meses, como o antigo ministro da Fazenda, e eu acho que é hora de vir para o Brasil", afirmou Guedes

"É o lugar certo para bom dinheiro, dinheiro para horizonte de longo prazo, investimento privado", completou.

Privatizações

Guedes voltou a enfatizar a necessidade de acelerar a agenda de privatizações e afirmou que o governo pretende fazer um "road show" com o programa de investimentos e desestatizações. "No primeiro ano em meio de governo fizemos nosso dever de casa e agora vamos fazer um road show de investimentos", completou.

Guedes mais uma vez garantiu que as reformas voltaram a andar e lembrou que o Congresso está funcionando normalmente.

"A independência do BC é um sonho que tenho há 40 anos, estamos perto, faltam semanas para a votação. Estamos trabalhando juntos para modernizar importantes marcos regulatórios e para votar reformas estruturais", acrescentou.

O ministro também repetiu que considera natural o ambiente de uma taxa de câmbio mais alta enquanto as taxas de juros brasileiras passaram para um patamar mais baixo. "Estamos há um ano e meio sem corrupção no governo, e isso nunca aconteceu antes. É normal que a taxa de juros caia e a taxa de câmbio aumente, mas os investidores estrangeiros podem ficar tranquilos que teremos bons mecanismos de hedge", afirmou no evento

Mais uma vez, o ministro ressaltou que a proposta de reforma tributária do governo não tem a intenção de aumentar a carga de tributos da economia brasileira. "Não vamos aumentar impostos no Brasil, vamos reduzir tributos das empresas e pretendemos diminuir os tributos sobre o emprego", completou.

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