Economia

Bolsonaro pressiona por substituto de Marcos Cintra na Receita Federal

Em meio a cobranças do presidente para resolver o problema interno do órgão, nome da advogada Vanessa Canado, favorito até então, perde força

Bolsonaro: presidente cobra solução para problema interno da Receita após demissão de Cintra (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

Bolsonaro: presidente cobra solução para problema interno da Receita após demissão de Cintra (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

R

Reuters

Publicado em 17 de setembro de 2019 às 20h08.

Brasília - Em meio a uma recente pressão do presidente Jair Bolsonaro para que a Receita Federal busque uma solução interna na definição de um substituto para Marcos Cintra no comando do órgão, o nome da advogada Vanessa Canado perdeu o favoritismo para assumir o posto.

José Assis Ferraz Neto, atual secretário especial interino da Receita, é um dos cotados para responder em definitivo pelo cargo. Nesse desenho, Canado poderia ser convidada a assumir como secretária especial adjunta, disse uma fonte com conhecimento do assunto.

Segundo duas outras fontes da equipe econômica ouvidas pela Reuters, os nomes de auditores fiscais estão sendo agora escrutinados.

"Há mais de 10 bons nomes com plenas condições de conduzir a Receita", afirmou uma segunda fonte, também em condição de anonimato, acrescentando que "tudo indica" que a escolha recairá sobre um servidor de carreira.

Em entrevista à TV Record exibida na noite de segunda, Bolsonaro repetiu que a demissão de Cintra ocorreu por conta da discussão pública sobre a CPMF.

"A única interferência minha agora na Receita é que eu quero alguém da Receita para estar à frente da Receita", disse.

Para além do desafio de tocar a reforma tributária num momento em que tanto a Câmara dos Deputados quanto o Senado se debruçam sobre textos próprios, quem assumir a secretaria especial da Receita Federal também terá como missão promover uma pacificação interna do órgão.

Em meio a acusações de membros do Tribunal de Contas da União, Supremo Tribunal Federal e até do próprio Bolsonaro de que o Fisco estaria adotando critérios políticos em suas análises de dados, o número 2 do órgão caiu em agosto e foi substituído por Ferraz Neto, que assumiu interinamente o lugar de Cintra.

Até segunda-feira, o nome de Canado ainda seguia no páreo, conforme apurou a Reuters. Ela é próxima do ministro da Economia, Paulo Guedes, e tem participado com frequência de reuniões com integrantes da equipe econômica para debate da pauta tributária.

Nesta manhã, por exemplo, esteve com o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida. Na véspera, participou de encontro com vários membros da equipe econômica, incluindo o próprio Guedes.

No grupo de servidores da Receita que estavam sendo preparados para divulgação da reforma tributária, antes da queda de Cintra, estão nomes como o do coordenador-geral de Tributação, Fernando Mombelli, da chefe da Divisão de Contribuições Sociais Previdenciárias, Carmem da Silva Araújo, e do assessor da subsecretaria de Tributação Roni Peterson Bernadino de Brito.

Acompanhe tudo sobre:Jair BolsonaroMinistério da Economiareceita-federal

Mais de Economia

Economia argentina cai 0,3% em setembro, quarto mês seguido de retração

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE