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Bolsonaro diz que pode cancelar ida a Davos por "questão de segurança"

A viagem estava confirmada e passou a ser reavaliada após a escalada da tensão entre Estados Unidos e Irã

Jair Bolsonaro: segundo o presidente, órgãos de segurança e inteligência do governo acompanham a situação no mundo (Alan Santos/PR/Flickr)
AO

Agência O Globo

Publicado em 6 de janeiro de 2020 às 19h40.

O presidente Jair Bolsonaro admitiu, nesta segunda-feira, que pode deixar de comparecer ao Fórum Econômico Mundial de Davos, entre os dias 21 e 24 deste mês, na Suíça, por "questão de segurança".

Segundo ele, órgãos de segurança e inteligência do governo acompanham a situação no mundo. A viagem estava confirmada e passou a ser reavaliada após a escalada da tensão entre Estados Unidos e Irã . "Estamos discutindo isso aí. Existe a possibilidade de não ir. Não vou entrar em detalhes", respondeu o presidente.

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Ao ser questionado novamente sobre o motivo que poderia levar ao cancelamento de sua ida a Davos, Bolsonaro sinalizou, sem mencionar diretamente o agravamento da tensão após o assassinato pelos Estados Unidos do general iraniano Qassem Soleimani. "Vou dar mais uma dica: o mundo tem o seus problemas, questão de segurança", disse.

Bolsonaro acrescentou que a decisão sobre a ida ou não a Davos dependerá do que ocorrer até a data da viagem. Segundo ele, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e Polícia Federal fazem o monitoramento dos riscos.

"Pode ser (um momento arriscado), de acordo com o que acontecerá até lá. A gente acompanha diariamente via GSI, via Abin, via Polícia Federal. Tem representante fora do Brasil, outras fontes, né? O que está acontecendo no mundo".

Ao ser indagado se o cancelamento deve-se a um possível alerta de terrorismo, Bolsonaro respondeu: "Olha, você é uma pessoa inteligente e você sabe das consequências que se nós não pensarmos pode advir de uma viagem não muito bem planejada".

Bolsonaro disse que a tensão mundial não deve travar investimentos no Brasil. Mais uma vez, ele  evitou criticar a decisão do presidente Donald Trump de atacar o Irã.

"Eu não vou usar isso ai... Uma pessoa que tem consideração para com ele,  carinho, respeito, a mesma coisa para conosco. Nunca um ambiente, dois chefes de estado, do Brasil, dos Estados Unidos, esteve tão bom. Eu não tenho qualquer crítica ao senhor Donald Trump.  O que eu falei é o seguinte: nós aqui não podemos coadunar com qualquer política terrorista que esteja mundo", disse.

Ao ser questionado se o Brasil deixará a neutralidade, Bolsonaro afirmou que "não concordamos com terrorismo não interessa em que país que seja."

Apesar da tensão, Bolsonaro garantiu que sua ida à Índia, onde participará das comemorações do Dia da República no dia 26 de janeiro. Ele afirmou ainda que, caso seja mantida sua ida a Davos, pode visitar também um terceiro país, no intervalo entre a agenda no Fórum Econômico Mundial e a  chegada à Índia, mas a orientação é não viajar para evitar gastos.

"Esse outro país não está descartado, mas a recomendação que eu tenho é não fazer tendo em vista as despesas dessas viagens", afirmou.

Davos

Bolsonaro havia decidido ir a Davos após ser convencido o ministro da Economia, Paulo Guedes, de que o fórum é o palco ideal para capitalizar a imagem do Brasil mostrando resultados da área econômica no primeiro ano de governo, o que inclui a aprovação da reforma da Previdência.

O objetivo, segundo interlocutores do Palácio do Planalto, é Bolsonaro mostrar a capacidade de cumprir promessas. Em sua primeira participação em Davos, em fevereiro deste ano, o presidente afirmou que um dos principais compromissos de seu governo será abrir a economia brasileira e se comprometeu com reformas.

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