Londres - As Bolsas de Londres e Paris encerraram o último pregão de 2009 em leve alta, com volume de negócios extremamente baixo e otimismo sobre a recuperação econômica no próximo ano. Operadores esperam que a confiança permaneça, mas reconhecem que ainda persistem riscos. A Bolsa de Londres terminou o dia em alta de 0,28%, aos 5.412,88 pontos. No ano, a valorização acumulada foi de 22,07%. A Bolsa de Paris fechou com discreta alta de 0,02%, aos 3.936,33 pontos. No ano, o ganho foi de 22,5%. Frankfurt, que não abriu hoje, terminou 2009 com alta acumulada de 23,85%.

Depois de começarem o ano abatidos pela quebra do Lehman Brothers e o quase colapso do sistema bancário global, os investidores percorreram um longo caminho em um período curto. O sentimento hoje virou 180 graus em relação a onde estava há um ano, com a confiança retornando aos mercados. "Em março de 2009, as ações atingiram o nível mais baixo, mas a liquidez oferecida pelos governos agiu como piso para o crédito e deu aos investidores confiança para mudar de ativos não arriscados para os mais arriscados", comentou Horácio Valeiras, diretor gerente da Nicholas-Applegate Capital Management.

"Está claro que a economia global se recuperou, ajudada pela enxurrada de liquidez e fluxo de crédito injetados no sistema pelos governos e bancos centrais", acrescentou ele. "A qualidade da recuperação é menos clara, com o crescimento nos Estados Unidos e Europa predominantemente um resultado das ações do governo." Nos últimos dias do ano, muitos índices de bolsas europeias atingiram as máximas em 52 semanas. O índice pan-europeu Dow Jones Stoxx 600 terminou o ano com valorização de 28%, e o índice de blue chips da Europa, o Dow Jones Eurostoxx 50, ganhou 21%.

"Firmemente acreditamos que 2010 será caracterizado por divergências dentro das economias europeias, bem como fora da região", afirmou Robert Quinn, estrategista de ações europeias da S&P Equity Research. "Globalmente, as economias emergentes vão operar em um ciclo de aperto monetário com bom crescimento, contra um G-7 com política monetária afrouxada e baixo crescimento." Na Europa, particularmente dentro da zona do euro (grupo dos 16 países que adotam o euro como moeda), Quinn espera ver uma diferença da competitividade das exportações e desequilíbrios domésticos entre os países-membros bem maior do que a observada na última década. As informações são da Dow Jones.