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Boletim Focus: projeção para a inflação em 2023 volta a subir e a do PIB cai

A projeção para o IPCA - índice oficial de inflação - deste ano oscilou de 5,78% para 5,79%, contra 5,39% há um mês

Focus: projeção para Inflação piora (Leandro Fonseca/Exame)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de fevereiro de 2023 às 09h22.

Última atualização em 13 de fevereiro de 2023 às 09h22.

Após mais uma semana de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à condução da política monetária pelo Banco Central, as expectativas de inflação voltaram a piorar no Boletim Focus. A projeção para o IPCA - índice oficial de inflação - deste ano oscilou de 5,78% para 5,79%, contra 5,39% há um mês. Para 2024, horizonte cada vez mais relevante para a estratégia de convergência à inflação do BC, a projeção avançou de 3,93% para 4,00%, de 3,70% há quatro semanas.

Considerando somente as 69 estimativas atualizadas nos últimos 5 dias úteis, a mediana para 2023 passou de 5,78% para 5,77%. Para 2024, seguiu em 4,00%, considerando 65 atualizações no período.

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Atualmente, o foco da política monetária está nos anos de 2023 e com maior peso, de 2024. A mediana na Focus para a inflação oficial em 2023 está bem acima do teto da meta (4,75%), apontando para três anos de descumprimento do mandato principal do Banco Central, após 2021 e 2022. Para 2024, a mediana está acima do centro da meta (3,00%), mas ainda dentro do intervalo que vai de 1,50% a 4,50%.

Na Focus divulgado nesta segunda-feira, a mediana para o IPCA de 2025 aumentou de 3,50% para 3,60%, de 3,50% há um mês. Da mesma forma, a estimativa para o IPCA de 2026 se manteve em 3,50%, contra 3,22% um mês antes. A meta para 2025 é de 3,00% (margem de 1,50% a 4,50%). Ainda não há objetivo definido para 2026.

No Comitê de Política Monetária (Copom) deste mês, o BC atualizou suas projeções para a inflação no cenário de referência com estimativas de 5,6% em 2023 e 3,4% para 2024. O colegiado ainda inseriu um cenário alternativo, em que a Selic fica estável por todo o horizonte relevante. Nesse cenário, as projeções são de 5,5% para 2023 e 2,8% para 2024. O Copom manteve a Selic em 13,75% ao ano pela quarta vez seguida.

Os economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção para a alta do índice de inflação oficial de fevereiro no Boletim Focus. A mediana continuou em 0,80%, de 0,70% há um mês.

Para o IPCA de março, a estimativa subiu de 0,59% para 0,60%, contra 0,51% um mês antes. Para abril, a previsão para o indicador seguiu em 0,57%. Era de 0,52% há quatro semanas.

A expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses subiu de 5,69% para 5,70%, de 5,36% há um mês.

PIB cai no Boletim Focus

O Boletim Focus divulgado na manhã desta segunda-feira mostrou ligeira piora no cenário de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023. A mediana para a alta do PIB em 2023 passou de 0,79% para 0,76%, contra 0,77% há um mês. No entanto, considerando apenas as 42 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 passou de 0,70% para 0,78%.

Apesar de não ter sido divulgado ainda, o PIB de 2022 não faz mais parte do boletim. Para 2024, o Relatório Focus mostrou estabilidade na perspectiva de crescimento do PIB em 1,50%, mesma projeção de um mês atrás.

Para 2025, a mediana passou de 1,89% para 1,85%, contra 1,90% de quatro semanas antes. O boletim ainda trouxe a estimativa para 2026, que está em 2,00% há 48 semanas.

A projeção para o déficit nominal em 2023 melhorou de uma semana para a outra no Boletim Focus. A mediana deficitária passou de 8 10% para 8,00% do PIB este ano. Há um mês, a mediana era negativa em 8,25% do PIB.

No relatório, a projeção de déficit primário em 2023 continuou em 1,10% do PIB, de 1,19% quatro semanas antes.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

Em relação ao indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2023, a estimativa aumentou de 61,45% para 61,50% do PIB, de 61,85% há um mês.

Déficit em C/C e balança comercial

Os economistas do mercado financeiro aumentaram a estimativa de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos para 2023 no Boletim Focus. A mediana deficitária para este ano passou de US$ 47,00 bilhões para US$ 50,00 bilhões, de US$ 46,00 bilhões um mês atrás

Para a balança comercial, a projeção passou de US$ 57,60 bilhões para US$ 57,20 bilhões, contra também US$ 57,20 bilhões há um mês.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o rombo nas transações correntes este ano. A mediana das previsões para o IDP em 2023 permaneceu em US$ 80,00 bilhões mesmo valor esperado há quatro semanas.

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