Tolmasquim: o fundo possui dotação orçamentária de R$ 560 milhões (José Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 25 de julho de 2014 às 18h15.
Rio de Janeiro - O BNDES divulgará em breve linha de financiamento com condições "favoráveis" para estimular a participação de projetos de energia solar no leilão de outubro e a produção local de equipamentos, disse o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim.
A linha utilizará recursos do Fundo Clima, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e que tem finalidade de garantir recursos para apoio a projetos de empreendimentos que tenham como objetivo a mitigação de mudanças climáticas.
O fundo possui dotação orçamentária de 560 milhões de reais, segundo o BNDES. O presidente da EPE afirmou que a modelagem do financiamento aos projetos de energia solar interessados no leilão de outubro já está pronta e precisa apenas de uma aprovação da diretoria do BNDES.
"O BNDES tem uma proposta de conteúdo nacional e queremos internalizar a produção local (de equipamentos de energia solar)", afirmou Tolmasquim a jornalistas em evento do Centro de Pesquisa em Energia Elétrica (Cepel) da Eletrobrás.
Segundo ele, o banco deve anunciar os detalhes em breve da linha de financiamento, que será "mais barata e mais interessante". Ele não deu detalhes sobre o montante que estará disponível no Fundo Clima para fomentar a expansão solar no país.
Tolmasquim afirmou que a energia solar deverá ser uma realidade no país em breve, assim como ocorreu com a energia eólica.
"Espero que o efeito seja o mesmo que houve na eólica, onde ganhamos escala com leilões e o preço foi caindo. O ganho de escala para eólica se deu em três anos. Em nível mundial, o preço da solar está caindo e temos um nível de insolação melhor. É um questão de tempo", disse Tolmasquim.
O preço-teto do leilão ainda não foi definido, de acordo com o presidente da EPE.
O resultado do leilão de outubro será essencial para definir o papel desse segmento na matriz energética nacional e qual será o peso do país nos planos de investidores e fabricantes de equipamentos na expansão de seus negócios nesta área, afirmaram agentes do setor à Reuters em meados deste mês.
TAPAJÓS O presidente da EPE se mostrou ainda animado com a possibilidade de o governo federal conseguir licitar ainda esse ano, provavelmente no último trimestre, a usina hidrelétrica São Luiz do Tapajós, no Pará, Estudos ambientais já foram feitas no sentido de viabilizar o leilão do projeto estruturante, de 6, 1 mil megawatts (MW). O governo federal vem lutando há algum tempo pela viabilização do empreendimento no Norte do Brasil.
"Tem chances fortes de sair o leilão de Tapajós esse ano. Está andando e é viável sair para o final do ano, no último trimestre", afirmou Tolmasquim.
No final de junho, o governo federal havia previsto que os estudos ambientais para a hidrelétrica de Jatobá, no rio Tapajós, devem ser entregues ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) até o fim de setembro. A usina de 2,3 mil megawatts (MW) deverá compor, junto com São Luiz do Tapajós o complexo do Tapajós.