Obra da Bairro Novo, na Bahia: a incorporadora ensina os moradores a cuidar do condomínio (Ricardo Teles/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 1 de junho de 2011 às 20h34.
Brasília - O Banco Mundial (Bird) deve quase dobrar os empréstimos concedidos ao Brasil no ano fiscal que começa em julho, com foco no Nordeste do país, onde os desembolsos aumentarão em quase sete vezes, anunciou nesta quarta-feira o presidente da instituição, Robert Zoellick.
"Estamos tentando usar algumas lições que aprendemos em partes do Brasil e aplicá-las aos desafios de pobreza e desenvolvimento do Nordeste", afirmou Zoellick em entrevista à imprensa em Brasília.
Ele afirmou que no próximo ano os empréstimos ao Nordeste devem somar 3,5 bilhões de dólares. O pacote todo para o Brasil ficará entre 5 e 6 bilhões de dólares. A média dos empréstimos nos anos recentes tem sido de 3 bilhões para o país, com 450 milhões de dólares direcionados ao Nordeste.
Segundo Makhtar Diop, diretor para o Brasil do Banco Mundial, os recursos devem ser direcionados principalmente a programas de erradicação da miséria, e também à infraestrutura e à educação.
"Queremos apoiar esse ciclo virtuoso que o Nordeste vive", afirmou.
Zoellick está no Brasil para uma visita de quatro dias. Na quinta-feira ele será recebido pela presidente Dilma Rousseff. Depois irá ao Recife, onde se reunirá com um grupo de governadores do Nordeste.
Questionado sobre a pressão que países emergentes como o Brasil têm feito para ganhar mais voz nas instituições multilaterais, Zoellick afirmou que no Banco Mundial tem sido feito um esforço para aumentar essa representatividade nos cargos de primeiro escalão.
Ele ponderou que a recente mudança no peso dos votos, em benefício dos emergentes, tem valor mais simbólico do que efetivo.
"Na realidade, (o peso dos votos) tem menos importância a cada dia", afirmou, acrescentando que mais importante do que as votações são as interações entre os diretores e o corpo de funcionários. Ele afirmou que os três diretores-gerentes da instituição e o economista-chefe são de países em desenvolvimento.
"O que eu tenho tentado fazer é levar isso para toda a organização, aumentar o espectro de pessoas que sobem aos níveis de gerência. No longo prazo, isso talvez seja mais importante do que a porcentagem (de votos)."