Economia

BCE corta juros para -0,50% e anuncia retomada de compra de ativos

BCE também prevê agora que os juros continuarão nos níveis atuais ou menores até que a inflação suba um pouco

Europa: economia da zona do Euro está sinalizando esfriamento (omersukrugoksu/Getty Images)

Europa: economia da zona do Euro está sinalizando esfriamento (omersukrugoksu/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de setembro de 2019 às 09h37.

Última atualização em 12 de setembro de 2019 às 12h18.

São Paulo — O Banco Central Europeu (BCE) anunciou hoje uma série de medidas de estímulos, incluindo cortes de juros e a retomada de compras mensais de ativos, após concluir reunião de política monetária nesta quinta-feira, como era previsto por boa parte dos analistas.

O BCE decidiu cortar sua taxa de depósito, de -0,40% para -0,50% e manteve a taxa de refinanciamento em 0%. A redução da taxa de depósito foi a primeira desde março de 2016.

Além disso, o BCE disse que vai retomar seu programa de relaxamento quantitativo (QE, pela sigla em inglês), através do qual comprará 20 bilhões de euros em ativos mensalmente a partir de novembro.

O novo QE será mantido pelo "pelo tempo que for necessário para reforçar o impacto acomodatício das suas taxas de política" e terminará pouco tempo antes de o BCE "começar a elevar as taxas de juros", ressaltou a instituição em comunicado.

O BCE também prevê agora que os juros continuarão nos níveis atuais ou menores até que a inflação da zona do euro "robustamente" convirja para sua meta oficial, que é de uma taxa ligeiramente abaixo de 2%. Prévia de agosto mostrou recentemente que a inflação anual do bloco está muito abaixo desse patamar, em 1%.

Ainda no comunicado, o BCE disse que vai alterar as condições de empréstimos baratos destinados ao setor bancário da zona do euro (conhecidos como TLTROs, pela sigla em inglês) para dar sustentação aos empréstimos. As TLTROs serão oferecidas à taxa de refinanciamento, mas bancos que superarem metas de concessão de empréstimos poderão pagar taxas equivalentes à de depósito.

O BCE disse ainda que vai lançar "medidas de mitigação", que envolvem um sistema de camadas para a taxa de depósitos, de forma a proteger os bancos da zona do euro.

O presidente do BCE, Mario Draghi, fala sobre a decisão de hoje em coletiva de imprensa a partir das 9h30 (de Brasília).

PIB e inflação

O Banco Central Europeu também cortou suas projeções para o crescimento econômico e a inflação da zona do euro neste e no próximo ano.

O presidente do BCE, Mario Draghi, disse há pouco que a instituição agora prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) do bloco crescerá 1,1% em 2019 e 1,2% em 2020. Anteriormente, as projeções eram de avanços de 1,2% e 1,4%, respectivamente.

Para 2021, por outro lado, o BCE agora prevê crescimento um pouco mais robusto, de 1,4%, ante 1,3% anteriormente.

Em relação à taxa anual de inflação ao consumidor, o BCE cortou suas previsões para 2019, de 1,3% para 1,2%, para 2020, de 1,4% para 1%, e também para 2021, de 1,6% para 1,5%.

Prévia de agosto mostrou recentemente que a inflação anual da zona do euro está em 1%, muito abaixo, portanto da meta oficial do BCE, que é de uma taxa ligeiramente abaixo de 2%.

Draghi está falando na coletiva de imprensa que se seguiu à decisão do BCE, mais cedo, de adotar uma série de medidas de estímulos, incluindo o corte da taxa de depósito para -0,50% e a retomada de compras mensais de ativos a partir de novembro.

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