Economia

BCE baixa taxas de juros até 0,05% pela ameaça de deflação

O Banco Central Europeu baixou as taxas de juros na Zona do Euro até o mínimo histórico de 0,05%


	Euro: BCE também reduziu a facilidade marginal de crédito
 (Daniel Roland/AFP)

Euro: BCE também reduziu a facilidade marginal de crédito (Daniel Roland/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2014 às 12h25.

Frankfurt - O Banco Central Europeu (BCE baixou nesta quinta-feira, surpreendentemente, as taxas de juros na Zona do Euro em 10 pontos básicos até o mínimo histórico de 0,05%, pela ameaça de deflação.

A instituição europeia informou em Frankfurt que também reduziu a facilidade marginal de crédito, pela qual empresta dinheiro aos bancos durante um dia, em 10 pontos básicos até 0,30%, com efeitos a partir de 10 de setembro.

Além disso, reduziu a facilidade de depósito, que remunera depósitos overnight em bancos centrais nacionais, na mesma quantidade até menos 0,20%, por isso que penaliza mais os bancos que depositem dinheiro no BCE.

O euro caiu com força um centavo de dólar e era cotado a US$ 1,3042, o mínimo dos últimos 13 meses, após conhecer a surpreendente redução das taxas de juros.

A Bolsa de Frankfurt e outros mercados de valores europeus reagiram com altas.

A inflação anualizada da Zona do Euro caiu em agosto um décimo até 0,3%.

O presidente do BCE, Mario Draghi, explicará detalhes da decisão e apresentará em entrevista coletiva durante a tarde as novas projeções macroeconômicas de crescimento e inflação da entidade para a Zona do Euro.

Os analistas preveem uma revisão à queda dos cálculos previstos em junho, que eram de um crescimento de 1% com uma inflação de 0,7% para este ano.

Zona do Euro se estagnou no segundo trimestre do ano, frente ao primeiro, quando cresceu 0,2%.

O BCE tem como objetivo uma inflação em níveis inferiores, embora próximos a 2%.

Draghi tinha despertado grandes expectativas nos mercados após advertir em Jackson Hole (Wyoming) que as perspectivas de inflação baixaram.

No entanto, a maior parte dos analistas descartava que o BCE fosse reduzir o preço do dinheiro e pensava que a entidade esperaria para ver o efeito das medidas anunciadas em junho.

Mas no final, o BCE reagiu de forma agressiva com um novo corte de suas taxas de juros.

O Riksbank (banco central da Suécia) manteve sua taxa de juros de refinanciamento em 0,25%, após tê-la recortado de forma agressiva em julho, e o Banco da Inglaterra a deixou em 0,5%.

Draghi informará sobre a possibilidade do BCE comprar bônus de titulização de ativos de alta qualidade para ativar o mercado de crédito e deixar a porta aberta a uma expansão monetária maior em caso necessário, preveem os analistas da UniCredit. 

Acompanhe tudo sobre:BCEInflaçãoJurosZona do Euro

Mais de Economia

Congelamento de R$ 15 bi no Orçamento será oficializado nesta segunda

Brasil exporta 31 mil toneladas de biscoitos no 1º semestre de 2024

Corte anunciado por Haddad é suficiente para cumprir meta fiscal? Economistas avaliam

Qual é a diferença entre bloqueio e contingenciamento de recursos do Orçamento? Entenda

Mais na Exame