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BCE adia alta de juros de novo com deterioração do cenário econômico

Medidas, mais ousadas do que analistas esperavam, acontecem no momento em que a guerra comercial entre os EUA e a China prejudica a economia global

BCE: banco adiou o prazo para sua primeira alta de juros (Ralph Orlowski/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 6 de junho de 2019 às 09h36.

Vilnius — O Banco Central Europeu adiou o prazo para sua primeira alta de juros pós-crise nesta quinta-feira e disse que continuará pagando aos bancos para emprestarem, em seu mais recente esforço para reanimar a economia da zona do euro.

As medidas, mais ousadas do que analistas esperavam até algumas semanas atrás, acontecem no momento em que a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China prejudica a economia global e especialmente países da zona do euro orientados por exportação, como a Alemanha.

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Respondendo à rápida deterioração das expectativas de inflação, o BCE prometeu manter os juros nos níveis atuais, em mínima recorde, ao menos até o primeiro semestre de 2020, em vez do final deste ano como havia dito em março.

Também permitirá que os bancos tomem emprestado junto ao BCE a uma taxa apenas 10 pontos básicos acima da taxa de depósito de -0,40% desde que superem os referenciais de empréstimo do BCE em uma nova operação de refinanciamento de longo prazo, ou TLTRO.

"Para os bancos cujo empréstimo líquido elegível superar o referencial, a taxa aplicada no TLTRO III será menor e pode ser tão baixa quanto os juros médios do instrumento de depósito prevalecente durante a operação mais 10 pontos básicos", disse o BCE.

Com as incertezas já afetando o comércio, grandes bancos centrais como o BCE e o norte-americano Federal Reserve parecem ter desistido de planos de apertar a política monetária e os mercados estão agora posicionados para um afrouxamento monetário.

Economistas consultados pela Reuters esperam que os juros fiquem inalterados e projetam uma primeira alta apenas em 2021. Eles também veem que a próxima ação do banco central será afrouxamento da política monetária, e não aperto.

Com a decisão desta quarta-feira, a taxa de depósito, considerada sua principal ferramenta de juros, permaneceu em -0,40%. A principal taxa de refinanciamento ficou em 0% e a taxa de empréstimo continuou em 0,25%.

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