Economia

BC vai elevar juro básico em 2013 se necessário, diz fonte

"Só queria lembrar que o Banco Central não trabalha com meta de taxa de juros, nem com trajetória futura de taxa de juros", disse a fonte anônima


	Informação sobre o Banco Central é de uma fonte da equipe econômica que pediu para não ser identificada
 (Divulgação/Banco Central)

Informação sobre o Banco Central é de uma fonte da equipe econômica que pediu para não ser identificada (Divulgação/Banco Central)

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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2012 às 14h00.

Brasília - O Banco Central vai elevar a taxa básica de juros Selic em 2013 se for preciso para o cumprimento da meta de inflação, apesar da posição do Ministério da Fazenda que não vê necessidade de elevação, afirmou à Reuters uma fonte da equipe econômica.

"Só queria lembrar que o Banco Central não trabalha com meta de taxa de juros, nem com trajetória futura de taxa de juros, o Banco Central trabalha com o regime de meta de inflação, tem que cumprir a meta de inflação", disse a fonte, que pediu para não ser identificada.

"Esse é o objetivo do Banco Central, para isso, se é preciso subir os juros, vai ter que subir", acrescentou. A meta de inflação deste ano e de 2013 é de 4,5 por cento, com 2 pontos percentuais de tolerância. A Selic está 7,5 por cento, seu nível mais baixo.

Em entrevista publicada no último domingo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que "não há necessidade de alta de juros", ao ser perguntado sobre 2013. "A inflação está sob controle", acrescentou o ministro. Na segunda-feira, em evento em São Paulo, o secretário-executivo da Fazenda, Nelson Barbosa, foi na mesma linha.

Desde que o Banco Central iniciou o atual ciclo de afrouxamento monetário, em agosto de 2011, alguns críticos têm dito que o BC tem deixado de lado o regime de metas de inflação, sem se preocupar com seu cumprimento, e focado no crescimento econômico.

O BC, de seu lado, tem sempre defendido que a política monetária está alinhada com a convergência da inflação para o centro da meta. Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado na semana passada, o presidente do BC, Alexandre Tombini, admitiu que essa convergência pode não ocorrer de forma homogênea.

O comentário foi feito uma semana depois da divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto, que registrou alta de 0,41 por cento, o que levou a inflação acumulada em 12 meses a 5,24 por cento, a mais alta desde março.

"Se a inflação não seguir a trajetória esperada, se subir acima da meta, não tenha dúvida: os juros vão subir", enfatizou a fonte.

Para 2013, o mercado espera uma inflação de 5,50 por cento, segundo a pesquisa Focus do BC divulgada na segunda-feira.


Os cortes nas tarifas de energia elétrica, anunciados recentemente pelo governo, no entanto, podem reduzir a inflação prevista para o ano que vem. Mantega acredita que o impacto da medida representará entre 0,5 e 1 ponto percentual a menos de inflação em 2013. O mercado ainda não tem um consenso sobre seu impacto final.

Sobre a Selic, a pesquisa Focus ainda mostra uma expectativa de que venha a cair a 7,25 por cento este ano e que suba para 8,25 por cento em 2013.

Mas, segundo as operações do mercado futuro de juros, as chances de a Selic ir a 7,25 por cento diminuíram depois que o BC reduziu as alíquotas de compulsório dos bancos na noite de sexta-feira.

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