Economia

BC sinaliza que juro vai cair mais até o final do ano

Os setores produtivos da economia brasileira receberam nesta quinta-feira (30/10) mais uma boa notícia. O Banco Central acredita que há espaço para continuar reduzindo a taxa básica de juros. É o que informa a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), realizada nos últimos dias 21 e 22 deste mês e dilvulgada […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h13.

Os setores produtivos da economia brasileira receberam nesta quinta-feira (30/10) mais uma boa notícia. O Banco Central acredita que há espaço para continuar reduzindo a taxa básica de juros. É o que informa a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), realizada nos últimos dias 21 e 22 deste mês e dilvulgada nesta quinta. Apesar da expectativa positiva, o comitê reduziu a taxa em um ponto percentual para 19%, mas afirmou que continua monitorando com atenção o processo de recuperação da atividade econômica. "Com a consolidação progressiva das perspectivas favoráveis observadas recentemente para a inflação no médio prazo, o Copom avalia que deverá continuar havendo espaço para quedas adicionais da taxa Selic no futuro", afirma o BC.

O Banco Central acredita que os principais impactos sobre a atividade das reduções na taxa de juros básica ocorridas no terceiro trimestre deste ano ainda estão começando a se materializar. "O quadro de retomada na produção industrial deverá se consolidar nos próximos meses em função das perspectivas favoráveis para a recuperação das vendas reais do comércio", diz o BC em ata. O Copom acredita ser importante manter o acompanhamento do processo de retomada da economia para que ela continue a ocorrer de forma balanceada sem a geração de pressões inflacionárias.

Mas nem todo esse otimismo pode ser sentido pelo mercado financeiro. Nesta quarta-feira (29/10), o presidente do BC, Henrique Meirelles, disse no Congresso que "o pior já ficou para trás, as perspectivas para o futuro próximo da economia são muito mais positivas do que no final do ano passado". Como reação, as taxas futuras mais longas subiram, indicando que o mercado vê que o espaço para redução da Selic está acabando. Na Bovespa, as declarações de Meirelles derrubaram a bolsa, que fechou em queda de 1,55%.

Após subir a taxa até 26,5% em fevereiro, o BC vem desde junho reduzindo a taxa básica de juros em 7,5 pontos percentuais. A maior preocupação continua, porém, sendo a inflação. O comitê manteve a avaliação de que a aceleração da inflação em setembro foi apenas um repique temporário em função de problemas de entressafra e a reajustes de preços administrados. O Copom afirmou que as projeções para a inflação nos próximos 12 meses e em 2004 se elevaram em relação a setembro. Embora não tenha revelado valores, o comitê disse que as estimativas se mantêm abaixo da meta.

Na ata, o BC mantém expectativas positivas inclusive com os reajustes salariais, já que as negociações e as perspectivas para os próximos dissídios "sugerem que a recomposição salarial vem se dando em níveis inferiores à inflação acumulada nos 12 meses anteriores, embora acima da inflação projetada para os 12 meses seguintes". Por isso, o BC entende que está se consolidando a perspectiva de aumentos moderados nos rendimentos reais, "compatíveis com a retomada da atividade econômica, sem a reinstituição de práticas generalizadas de indexação [de preços à inflação passada]".

Energia e telefonia

A projeção de reajuste para as tarifas residenciais de energia elétrica neste ano subiu de 20,8% em setembro para 21,2% em outubro, de acordo com a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária.

Já para as tarifas de telefonia fixa, o Copom baixou a estimativa de reajuste de 25,7% para 25,5% neste ano a mesma projetada em julho e agosto. Para a alta da gasolina, a projeção caiu de 2,2% para 1,3% no ano. E para o gás de cozinha (GLP), a estimativa é de 5,3%, contra os 5,4% projetados em setembro.

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