BC precisa intervir no mercado cambial
Para os economistas da consultoria Tendências, a não-intervenção do BC estimula a especulação, elevando o valor do câmbio
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h19.
O sistema de câmbio livre é quase uma unanimidade entre os economistas, mas intervenções no curto prazo também são bem-vindas em alguns casos. Essa é a principal conclusão de analistas da consultoria Tendências. Em artigo, eles dizem que intervenções do Banco Central ou do Tesouro, no curto prazo, poderiam ajudar a diminuir a especulação que vem sendo observada no mercado.
Segundo os economistas Nathan Blanche e Roberto Padovani, autores da análise, a não-intervenção do Banco Central que desde março não realiza leilões de swap cambial também não é aconselhável. Para eles, a atitude do governo está colaborando com a volatilidade do mercado, criando um cenário perfeito para os especuladores. O resultado é uma valorização cambial acima daquela aceita pelos fundamentos econômicos.
Os economistas admitem que uma intervenção a médio e longo prazos é praticamente impossível. Eles lembram que o mercado doméstico tem negociado o montante de 13 bilhões de dólares diariamente, valor muito acima da capacidade do governo em intervir. No entanto, existem alternativas no mercado spot (à vista), como sugeriu o economista Gustavo Loyola, no relatório da Tendências divulgado na semana passada.
Na opinião de Loyola, nem a flutuação limpa, nem uma regra automática de intervenção são desejáveis.