Economia

BC diz que anúncio prévio de injeção diária reduz oscilações

O objetivo da instituição é promover hedge (proteção a risco) cambial aos agentes econômicos e liquidez (dólares disponíveis)


	Notas de dólar: o Banco Central informou, ontem, ao mercado, que fará leilões de swap cambial, equivalente à venda de dólares no mercado futuro, de segunda a quinta-feira, com oferta de US$ 500 milhões por dia
 (Chung Sung-Jun/Getty Images)

Notas de dólar: o Banco Central informou, ontem, ao mercado, que fará leilões de swap cambial, equivalente à venda de dólares no mercado futuro, de segunda a quinta-feira, com oferta de US$ 500 milhões por dia (Chung Sung-Jun/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2013 às 13h51.

Brasília – O anúncio prévio da injeção diária de dólares no mercado de câmbio contribui para reduzir as fortes oscilações da moeda, disse o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel.

Hoje (23) o BC iniciou o programa de leilões de venda de dólares, anunciado ontem (22). Esse anúncio prévio da atuação do BC é pouco usual. O objetivo da instituição é promover hedge (proteção a risco) cambial aos agentes econômicos e liquidez (dólares disponíveis).

O Banco Central informou ontem ao mercado que fará leilões de swap cambial, equivalente à venda de dólares no mercado futuro, de segunda a quinta-feira, com oferta de US$ 500 milhões por dia. Às sextas-feiras, será oferecido ao mercado o crédito de até US$ 1 bilhão, por meio dos leilões de venda com compromisso de recompra. Hoje foi feito o primeiro leilão dessa programação.

Segundo o BC, esse programa se estenderá, pelo menos, até 31 de dezembro de 2013, e pode totalizar US$ 60 bilhões. A autoridade monetária informou ainda que poderá fazer operações adicionais, se julgar apropriado.

“O anúncio prévio contribui para que os agentes tenham um horizonte de planejamento e para reduzir a volatilidade [oscilações da cotação] do câmbio”, disse Túlio Maciel.

Ele reforçou que o BC vai assegurar a proteção ao risco cambial às empresas com dívidas em dólar e liquidez (dólares disponíveis) ao mercado de câmbio.

O programa de leilões anunciado ontem pelo BC lembra o período de tensão pré-eleitoral, em 2002. Naquele ano, o BC fez intervenções diariamente chamadas de “rações diárias” no mercado.

A alta da moeda no país é reflexo da intenção do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, de reduzir os estímulos monetários. Na ata da reunião de julho do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), o Fed informou, no último dia 21, que pretende reduzir o programa de compras de títulos públicos (que injetam dólares na economia mundial) ainda este ano e acabar com os estímulos monetários até meados de 2014.


O Fed poderá aumentar os juros e diminuir as injeções de dólares na economia global, caso o emprego e a produção nos Estados Unidos mantenham o ritmo de crescimento e afastem os sinais da crise econômica iniciada há cinco anos. Se a ajuda diminuir, o volume de dólares em circulação cai, aumentando o preço da moeda em todo o mundo.

Além desses leilões feitos pelo Banco Central, nos últimos meses, o governo brasileiro tem adotado medidas para conter a valorização do dólar. O BC retirou parte do compulsório sobre as apostas de que o dólar vai cair e eliminou restrições de prazos para que os exportadores financiem antecipações de pagamentos.

A equipe econômica também retirou barreiras à entrada de capitais estrangeiros no país. O Ministério da Fazenda zerou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para os estrangeiros que aplicam em renda fixa no Brasil. Desde outubro de 2010, a alíquota em vigor era 6%. A venda de moeda estrangeira no mercado futuro também ficou isenta de IOF.

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