Economia

BB e Correios renovarão acordo no Banco Postal por até 6 meses

Na prática, o BB continuará pagando as despesas com segurança de 1.827 agências dos Correios que prestam o serviço, valor estimado em R$ 8 mi mensais

Correios: BB e Correios afirmaram que seguem negociando a parceria no Banco Postal (Elza Fiuza/Agência Brasil)

Correios: BB e Correios afirmaram que seguem negociando a parceria no Banco Postal (Elza Fiuza/Agência Brasil)

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Reuters

Publicado em 9 de janeiro de 2018 às 20h40.

São Paulo - O Banco do Brasil e os Correios anunciarão nos próximos dias a renovação por até seis meses de um acordo envolvendo o Banco Postal, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento direto do assunto.

Na prática, o BB continuará pagando as despesas com segurança de 1.827 agências dos Correios que prestam o serviço, valor estimado em 8 milhões de reais mensais. Um acordo similar firmado em outubro passado, pelo qual o banco assumiu custos de vigilantes armados e portas giratórias, vence em 31 de janeiro.

Segundo as fontes ouvidas pela Reuters, o acordo nas mesmas bases do que está para vencer será renovado por três meses, com opção para mais três. Neste caso, até o fim de julho.

Em notas separadas, BB e Correios afirmaram que seguem negociando a parceria no Banco Postal.

Essas agências representam cerca de um terço das mais de 5 mil agências do Banco Postal, que tiveram a viabilidade comercial em xeque após a renovação da parceria entre BB e Correios, no fim de 2016.

O acordo anterior previa que o BB pagasse aos Correios uma remuneração fixa ao redor de 1,2 bilhão de reais por mês. Sem interessados na última licitação para mais cinco anos, coube ao Correios topar uma proposta do BB de 36 meses baseada em remuneração fixa de pouco mais de 100 milhões mensais, mais um valor variável, de acordo com desempenho.

Os Correios, que já enfrentavam uma grave crise financeira, com prejuízos de 2 bilhões de reais por ano em 2015 e 2016, ameaçaram fechar as agências deficitárias.

O governo federal, que controla as duas empresas, pressionou para que houvesse um acordo, já que essas agências são o canal de pagamento de benefícios como aposentadorias e pensões a mais de 140 mil pessoas.

Segundo uma das fontes, além do acordo os sócios também estão discutindo formas de tirar essas agências do vermelho, com a oferta de mais produtos financeiros, inclusive crédito pessoal do BB para permitir que um acordo de mais longo prazo seja planejado.

"O objetivo é garantir uma performance comercial mínima", disse uma das fontes, que pediu anonimato porque o acordo ainda não foi assinado.

A solução não é simples, sobretudo em municípios menores, alguns com ao redor de 10 mil habitantes, especialmente com os sócios no meio de um esforço concentrado para reduzir custos.

O BB implementou no ano passado um plano de aposentadoria antecipada de quase 20 por cento dos empregados e fechou ou reduziu quase 800 agências, como parte da meta de elevar sua rentabilidade para níveis similares aos do rivais privados.

E os Correios estão tentando reduzir custos com benefícios a empregados e fechando parcerias para tentar voltar a ser uma empresa lucrativa. A estatal anunciou em dezembro uma joint venture com a companhia aérea Azul para criar uma empresa de logística integrada que deve começar a operar até junho próximo.

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