Economia

Baosteel vê preços de aço na China enfraquecer no semestre

Preços provavelmente vão enfraquecer no segundo semestre diante de um quadro de oferta superando a demanda


	Trabalhador solda produtos de aço em fábrica: excesso de capacidade na China, responsável por quase metade do aço produzido no mundo, tem encolhido margens de lucro de produtores locais
 (China Daily/Reuters)

Trabalhador solda produtos de aço em fábrica: excesso de capacidade na China, responsável por quase metade do aço produzido no mundo, tem encolhido margens de lucro de produtores locais (China Daily/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2013 às 09h48.

Xangai - Os preços de aço na China provavelmente vão enfraquecer no segundo semestre diante de um quadro de oferta superando a demanda, afirmou um executivo sênior da Baosteel, maior siderúrgica em valor de mercado do país, nesta segunda-feira.

O excesso de capacidade na China, responsável por quase metade do aço produzido no mundo, tem encolhido margens de lucro de produtores locais, limitando o espaço de qualquer recuperação na demanda. A Baosteel sofreu uma queda de 61 por cento no lucro do primeiro semestre.

Com cerca de 300 milhões de toneladas de excesso de capacidade de aço, equivalentes a quase o dobro da produção da União Europeia no ano passado, Pequim está implementando medidas para reduzir a sobreoferta, incluindo corte no acesso ao crédito pelo setor.

"A retomada está sem força para ser sustentada no curto prazo e os preços de aço ficarão voláteis no segundo semestre e mais fracos que no primeiro por causa das incertezas sobre demanda e oferta", disse Dai Zhihao, diretor-geral da empresa, segundo um dos analistas que participou de reunião fechada com a empresa.

Dai afirmou que espera que a demanda por aço seja resistente no restante do ano, mas alertou que a oferta continua a superar a demanda.

Ele afirmou que o preço do minério de ferro também deve crescer mais rápido que os preços de produtos siderúrgicos no terceiro trimestre, consumindo os lucros das usinas.

Na semana passada, a japonesa Nippon Steel & Sumitomo Metal, maior siderúrgica do mundo em valor de mercado, afirmou que o excesso de capacidade na China vai limitar os ganhos nos preços de aço da Ásia neste ano.


"Nos próximos 12 meses, os lucros das siderúrgicas asiáticas continuarão em nível historicamente baixo dado o persistente excesso de capacidade chinês", escreveu em relatório a agência de classificação de risco Moody's, no início do mês.

A Baosteel não tem meta de fazer fusões ou aquisições na maior indústria siderúrgica do mundo nos próximos anos, mas poderá ampliar o investimento em outros setores, afirmou o presidente do conselho da empresa durante a reunião, segundo o analista.

Ele afirmou que busca elevar a participação de negócios não ligados à produção de aço, incluindo serviços técnicos e financeiros, para até metade do lucro total da companhia, uma vez que o excesso de capacidade de aço comprimiu as margens da empresa. Ele não deu detalhes.

Apesar disso, Dai afirmou que a Baosteel planeja iniciar a produção de sua usina integrada em Zhanjiang, na província de Guangdong, em 2016. O projeto, aprovado em 2012, tem capacidade anual de 9 milhões de toneladas de aço bruto.

Acompanhe tudo sobre:acoÁsiaChinaComércio exteriorExportações

Mais de Economia

Pacheco afirma que corte de gastos será discutido logo após Reforma Tributária

Haddad: reação do governo aos comentários do CEO global do Carrefour é “justificada”

Contas externas têm saldo negativo de US$ 5,88 bilhões em outubro

Mais energia nuclear para garantir a transição energética