Economia

Banco Safra reduz projeção do PIB e da inflação para este ano

Estimativa para o PIB caiu de 2,7% para 2,3% e previsão para o IPCA foi revisada de 3,9% para 3,8%

Os economistas do Safra comentaram que o resultado do comércio varejista em dezembro foi significativamente mais fraco do que o esperado (Chris Helgren/Reuters)

Os economistas do Safra comentaram que o resultado do comércio varejista em dezembro foi significativamente mais fraco do que o esperado (Chris Helgren/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de fevereiro de 2019 às 13h22.

São Paulo - O Banco Safra reduziu as projeções para o crescimento econômico e para a inflação oficial deste ano. A estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) caiu de 2,7% para 2,3%. Por conta disso, explica o banco em relatório divulgado na última sexta-feira (15), a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi revisada de 3,9% para 3,8%.

Em relação à atividade, também houve alteração na expectativa de PIB do quarto trimestre, de alta de 0,2% para zero, após 0,8% no período de julho a setembro do ano passado. O banco ainda modificou a estimativa para o dado de 2018, de 1,3% para 1,2%. Caso a projeção para o PIB do ano passado seja confirmada, ficará pouco acima da marca de 1,1% registrada em 2017.

"O desempenho da atividade econômica nos últimos meses vem desapontando, o que reduziu nossa confiança em uma recuperação mais acelerada em 2019. Trabalhamos agora com uma retomada mais moderada no primeiro semestre, com a expectativa de aceleração na segunda metade de 2019, condicionada à evolução positiva da agenda de reformas do novo governo", escreveu.

Os economistas do Safra comentaram que o resultado do comércio varejista em dezembro foi significativamente mais fraco do que o esperado, representando uma devolução dos avanços verificados em novembro em função das promoções da Black Friday. O varejo restrito recuou 2,2% em dezembro ante novembro, enquanto o varejo ampliado cedeu 1,70%. As estimativas mais baixas da pesquisa do Projeções Broadcast para os dois conceitos pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) eram de queda de 1,70%.

O banco ainda afirma que se a projeção para o PIB de 2018, de 1,2%, for confirmada, deixaria uma herança estatística de 0,4% para o dado de 2019. "Partindo desse impulso mais fraco e observando que, pelo menos por ora, os poucos indicadores disponíveis a respeito da atividade no primeiro trimestre de 2019 não são animadores, reduzimos as projeções para o PIB do ano, de 2,7% para 2,3%", ressaltou.

O Safra estima crescimento de 0,4% no PIB do primeiro trimestre contra os últimos três meses de 2018, com ajuste sazonal, seguido de uma alta de 0,5% no segundo trimestre na mesma base de comparação. "Já para a segunda metade do ano, mantemos um grau de otimismo condicionado à expectativa de sucesso na aprovação da agenda de reformas, sobretudo da Previdência. Esperamos uma taxa de crescimento média trimestral de 0,9%, o que, em termos anualizados, representaria um crescimento de mais de 3,7%."

Sob a ótica da demanda, o banco reduziu a projeção de consumo das famílias de 2,3% para 2,0, e de investimento, de 6,0% para 5,0%.

Selic

Além de reduzir a projeção para o IPCA do ano, de 3,9% para 3,8%, por conta da revisão no cenário de PIB, o banco afirma ainda não descartar a postergação do início do ciclo de aperto monetário diante da "recuperação mais lenta da atividade econômica", da "inflação bem comportada" e da expectativa de aprovação de uma reforma da Previdência robusta. "Não descartamos a possibilidade de o ciclo de aperto monetário ser postergado ainda mais, talvez para o segundo semestre de 2020." O cenário atual do banco é de início da alta de juros no começo do ano que vem.

Quanto a um possível corte de juros, os economistas avaliam que só haveria espaço em um cenário em que a economia não consiga se recuperar em ritmo razoável, mesmo após a aprovação da reforma da Previdência.

Acompanhe tudo sobre:Banco SafraPIBPIB do BrasilSelic

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto