Banco Mundial prevê que China vai crescer só 2,8% este ano, metade da meta do PC chinês
Pela primeira vez desde 1991, país terá expansão inferior ao restante da Ásia
Agência O Globo
Publicado em 27 de setembro de 2022 às 13h40.
O Banco Mundial reduziu sua projeção para o crescimento do PIB da China este ano para apenas 2,8%, bem abaixo dos 8,1% de 2021 e num ritmo de quase metade da meta estipulada pelo Partido Comunista chinês, que era de 5,5%.
Pela primeira vez desde 1991 – ou seja, desde a abertura econômica da China – o país vai crescer menos do que seus vizinhos na Ásia.
- Quer saber tudo sobre a política internacional? Assine a EXAME por menos de R$ 11/mês e fique por dentro.
A estimativa do Banco Mundial é que a economia asiática avance 3,2% em 2022, após ter crescido 7,2% no ano passado.
Bancos e consultorias têm ficado cada vez mais pessimistas com o desempenho da economia chinesa este ano, diante de lockdowns sucessivos para conter a pandemia do Covid, e do colapso do mercado imobiliário provocado por um alto nível de endividamento de grandes construtoras. A construção civil responde por 30% da atividade econômica na China.
Constrangimento para Xi Jinping
A alta do dólar frente a diversas moedas globais, inclusive o yuan chinês, também impõe desafios adicionais à China, já que pressiona a inflação local em meio a um aperto no consumo dos chineses.
Além disso, o baixo crescimento cria um constrangimento político para o presidente Xi Jinping, que deve tentar um inédito terceiro mandato como líder do Partido Comunista em outubro. Analistas acreditam que a era de forte crescimento econômico iniciada após as reformas de Deng Xiaoping nos anos 1980 pode estar perto do fim.
Veja, abaixo, as previsões do Banco Mundial
Em 2022
China: 2,8%
Indonésia: 5,1%
Malásia: 6,4%
Filipinas: 6,5%
Tailândia: 3,1%
Vietnã: 7,2%
Em 2023
China: 4,5%
Indonésia: 5,1%
Malásia: 4,2%
Filipinas: 5,8%
Tailândia: 4,1%
Vietnã: 6,7%
Veja também:
Brasil tem deflação de -0,37% na prévia de setembro e acumulado vai a 7,96%
Guedes diz que Selic é 'freio de mão puxado' e PIB só cresce 2,70%, 3%