Economia

Banco MUFG corta previsões para PIB, Selic e inflação em 2020 no Brasil

Banco reduziu a expectativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,8% para 2,2%, principalmente devido ao coronavírus

Real: MUFG baixou a expectativa de inflação em 2020 de 4% para 3,1% (Priscila Zambotto/Getty Images)

Real: MUFG baixou a expectativa de inflação em 2020 de 4% para 3,1% (Priscila Zambotto/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 18 de fevereiro de 2020 às 14h37.

Última atualização em 18 de fevereiro de 2020 às 14h39.

São Paulo —  O banco MUFG Brasil rebaixou suas estimativas para crescimento da economia, Selic e inflação em 2020, citando prováveis impactos do coronavírus e indicadores mais fracos neste primeiro trimestre do ano e nos últimos três meses de 2019.

O MUFG reduziu a expectativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,8% para 2,2%. O banco cortou ainda as previsões para o desempenho da economia na margem no quarto trimestre de 2019 (de 0,75% para 0,3%) e nos primeiros três meses de 2020 (de 0,6% para 0,25%).

Com isso, o carregamento estatístico --que mostra quanto um determinado indicador cresceria mantido o mesmo nível (estabilidade na margem) por um determinado período-- cai de 1% para 0,65%, retirando, sozinho, 0,35 ponto percentual da taxa de crescimento esperada para o PIB em 2020.

"O coronavírus tem impacto em três frentes: reduz exportações do Brasil, diminui a renda do setor exportador por causa da queda dos preços das commodities e pode trazer problemas de produção em alguns setores", disse Carlos Pedroso, economista sênior do MUFG Brasil.

"Além disso, indicadores antecedentes de janeiro, como de confiança, têm vindo mais fracos", completou.

Outras instituições financeiras já reduziram projeções para crescimento, como JPMorgan, Itaú Asset Management, UBS e Citi.

Com a economia em menor ritmo, o MUFG baixou a expectativa de inflação em 2020 de 4% para 3,1%, influenciada ainda pela correção nos preços das carnes e por preços administrativos comportados --com destaque para energia elétrica, em meio às recentes chuvas, e combustíveis, diante da queda nos preços do petróleo.

A combinação de economia mais lenta e inflação menor levou Pedroso a revisar ainda o cenário para política monetária. O economista agora estima que a meta Selic será mantida em 4,25% ao longo deste ano, contra estimativa anterior que considerava altas ainda em 2020. Apenas em janeiro de 2021 o juro começaria a subir, fechando 2021 em 6,5%, nível tido pelo economista como "neutro".

A única variável não revisada foi a taxa de câmbio, que nas contas de Pedroso fechará 2020 em 4,10 reais por dólar, apoiada por um cenário-base em que os efeitos do coronavírus não perdurarão por todo o ano.

O dólar à vista era cotado em 4,35 reais nesta terça-feira, alta de 0,5% no dia e de 8,4% no acumulado de 2020.

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