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Banco Central Europeu realiza primeiro corte de juros desde 2019

Apesar do corte, BCE diz que taxas continuarão restritivas pelo tempo que for necessário

Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE) (Philipp von Ditfurth/picture alliance/Getty Images)

Publicado em 6 de junho de 2024 às 09h48.

Última atualização em 6 de junho de 2024 às 11h17.

Nesta quinta-feira, 6, o Banco Central Europeu ( BCE ) cortou suas principais taxas de juros em 0,25%, após concluir mais uma reunião de política monetária. A taxa de depósito foi reduzida de 4% para 3,75%; a de refinanciamento, de 4,50% para 4,25%, e a de empréstimos, de 4,75% a 4,50%.

Trata-se da primeira redução da taxa de depósito desde setembro de 2019 – os demais juros haviam sido cortados pela última vez em março de 2016. A medida coloca o BCE à frente do Fed ( Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos) e do BoE (Banco da Inglaterra).

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As taxas vinham sendo mantidas em níveis recordes desde setembro do ano passado e o corte veio em linha com a previsão de analistas. Em março, o dirigente do BCE e presidente do Banco Central da Letônia, Martins Kazaks, disse que cortes nas taxas de juros poderiam acontecer em breve caso a economia e a inflação confirmassem o desempenho projetado pelo banco central à época.

Segundo ele, a decisão poderia ser tomada nas próximas reuniões monetárias."Os mercados financeiros atualmente têm uma visão muito parecida precificando amplamente um primeiro corte de juros de 25 pontos-base (pb) em junho", disse Kazaks em comunicado da época.

Em comunicado, o BCE avaliou que agora deve moderar o grau de restrição da política monetária, mas ressaltou que as taxas continuarão em "níveis suficientemente restritivos pelo tempo que for necessário".

O banco também salientou que continuará se apoiando no comportamento de dados econômicos para tomar futuras decisões de política monetária, não se comprometendo com uma trajetória futura específica para os juros.

O discurso de Lagarde

A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, deixou claro que a autoridade monetária não vai se comprometer com um caminho de juros pre-determinado.

Além disso, disse que a inflação deve permanecer no patamar atual durante o ano. No entanto, se os salários e a energia continuarem subindo, esse cenário pode mudar.

Segundo a presidente, a inflação "deve ficar no nível atual pelo decorrer do ano". A expectativa para o longo prazo é que ela volte aos 2% ao ano, meta que é perseguida pelo BCE.

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