Economia

Banco Central da China diz que taxa de compulsório deveria ser reduzida

A declaração do Banco Central da China alimenta as expectativas de uma ação para sustentar a economia em meio às crescentes tensões comerciais

A China deveria reduzir sua taxa de compulsório para aliviar os encargos sobre as instituições financeiras e facilitar o mecanismo de transmissão da taxa de juros, disse o documento do BC (Rawpixel/Thinkstock)

A China deveria reduzir sua taxa de compulsório para aliviar os encargos sobre as instituições financeiras e facilitar o mecanismo de transmissão da taxa de juros, disse o documento do BC (Rawpixel/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 19 de junho de 2018 às 12h16.

Pequim - A China deveria reduzir apropriadamente a taxa de compulsório dos bancos para ajudar a aliviar seus encargos, disse o banco central em um documento de trabalho nesta terça-feira, alimentando expectativas de uma ação iminente para sustentar a economia em meio às crescentes ameaças comerciais.

Temores de uma guerra comercial ampliaram as preocupações com as perspectivas para a segunda maior economia do mundo após dados mais fracos do que o esperado para maio, uma vez que três anos de repressão regulatória começam a pesar sobre a atividade empresarial.

O Banco do Povo da China surpreendeu os mercados mais cedo no dia ao emprestar 200 bilhões de iuanes (31 milhões de dólares) a instituições financeiras através de seu instrumento de empréstimo de médio prazo (MLF, na sigla em inglês), destacando as preocupações com a liquidez e o potencial peso econômico que a disputa comercial pode exercer.

A injeção de fundos aconteceu apenas horas depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter ampliado a disputa comercial com Pequim ao ameaçar impor tarifa de 10 por cento sobre 200 bilhões de dólares em bens chineses.

A repressão da China a atividades financeiras paralelas colocou pressão sobre os bancos, e autoridades têm agido para conter um aumento da dívida entre governos locais e empresas, disse o banco central no documento publicado em seu site.

"A China deveria reduzir apropriadamente sua taxa de compulsório para aliviar os encargos sobre as instituições financeiras e facilitar o mecanismo de transmissão da taxa de juros", disse.

Entretanto, como a China ainda é um país em desenvolvimento, ainda é necessário manter o compulsório em níveis relativamente altos, completou.

Em abril, o banco central cortou inesperadamente a taxa de compulsório para a maioria dos bancos em 1 ponto percentual, em uma medida que foi tomada mais cedo e de forma mais agressiva do que o esperado, destacando preocupações com as condições de liquidez e o potencial impacto das medidas comerciais dos EUA.

O documento do Banco do Povo da China também informou que é urgente transformar a política monetária da China de uma que depende de ferramentas quantitativas e de liquidez como a taxa de compulsório e vários esquemas de empréstimo para métodos baseados em preços, referindo-se a taxas de mercado.

Acrescentou ainda que as autoridades vão gradualmente unificar as taxas de juros, de depósito e empréstimo, reiterando promessas anteriores sem dar um cronograma.

O Banco do Povo da China em abril cortou inesperadamente as taxas de reserva para a maioria dos bancos em 100 pontos-base, em um movimento que anteriomente foi mais agressivo do que o esperado. Muitos analistas esperavam mais cortes de taxa de compulsório nos próximos meses.

Entre outras medidas recentes de apoio, as autoridades aumentaram as cotas de empréstimos para os bancos estatais, informou o China Daily na semana passada, citando fontes não identificadas.

Economistas da Nomura dizem que há uma boa chance de outro corte no compulsório de 100 bps neste mês ou no próximo.

Eles também prevêem que o banco central fornecerá mais financiamento direto ao mercado, mas "muito provavelmente" manterá as taxas de juros inalteradas.

Na semana passada, o Banco do Povo da China decidiu não seguir um aumento da taxa do Federal Reserve dos EUA, mesmo com um aumento simbólico nas taxas de curto prazo - uma pausa da sua prática recente - sinalizando que alguma política de ajuste fino é iminente, disseram fontes políticas à Reuters.

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